Soja: Chicago fecha no vermelho, mas dólar ainda dá espaço para sustentação de preços no BR
Ao longo do pregão desta quarta-feira (6), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago chegaram a perder mais de 10 pontos nas posições mais negociadas, porém, encerraram os trabalhos com baixas de pouco mais de 8. Assim, o contrato novembro/21 fechou o dia com US$ 12,42 e o maio/22 com US$ 12,71, depois de testarem mínimas respectivas de US4 12,39 e US$ 12,68 por bushel. Os preços do milho e do óleo de soja também ficaram no vermelho.
Na contramão, com o dólar fechando com R$ 5,49 nesta quarta, acumulando mais uma sessão de altas - mesmo mais modesta nesta quarta - os preços da soja subiram no interior do Brasil. Algumas praças registraram ganhos de até 1,78%, como foi o caso de Castro, no Paraná, onde o indicativo ficou em R$ 172,00 por saca. Em Amambai, no Mato Grosso do Sul, alta de 1,90% para R$ 161,00.
As referências no mercado físico seguem encontrando suporte não só no câmbio, mas também nos prêmios que seguem elevados para o restante da soja da safra velha. Onde as cotações não subiram, permaneceram estáveis, como é o caso também dos portos. Em Paranaguá, R$ 172,00 para o spot e R$ 166,00 para a soja da safra nova. No terminal de Rio Grande, R$ 170,00 e R$ 164,00, respectivamente, e R$ 178,00 por saca no terminal de Santos para outubro.
Apesar dos bons preços, os novos negócios com a soja brasileira ainda se mostram um pouco escassos, com o ritmo de comercializaçao mais lento. Segundo explicam analistas e consultores de mercado, há uma certa cautela e até alguma reticência entre os produtores brasileiros neste momento, os quais buscam entender qual será a trajetória real dos preços a partir do atual momento.
Assim, segue o foco mais centrado dos sojicultores nacionais sobre os trabalhos de plantio - já concluído em cerca de 4% da área -, com as atenções divididas ainda com a preocupação com a oferta comprometida e a entrega atrasada de insumos em algumas regiões do país.
BOLSA DE CHICAGO
Em Chicago, parte da pressão sobre os futuros da oleaginosa veio do cenário macroeconômico. O dia foi de aversão ao risco nos mercados internacionais, com muita atenção sobre todos os problemas e ameaças causados pela crise energética. "Energia cara pode trazer um movimento de recessão", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Recuam nesta quarta não só as commodities, mas bolsas e demais ativos no mundo todo. No Japão, o Índice Nikkei marcou suas mínimas em seis semanas. Na Europa e nos EUA, as ações também fecharam em queda diante dos temores com a inflação global e a questão, para os Estados Unidos, sobre a dívida pública do país.
Os futuros do petróleo perderam mais de 2% entre brent e WTI e os gás natural, mais de 9%, depois de subir quase 10% na sessão anterior. Baixa nas energias, baixa também entre os óleos vegetais. A alta no dólar index foi de 0,5%.
Entre os fundamentos da soja, o momento também é de pressão com o bom avanço da colheita americana e do plantio brasileiro. Os EUA já têm mais de 30% da área colhida, os índices de produtividade se apresentam dentro da média.
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