Com previsão de chuvas, petróleo e dólar, arábica perde 2% em Nova York
O mercado futuro do café arábica encerrou o primeiro pregão da semana com forte recuo para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Os contratos que já iniciaram as negociações com mais de 1% de queda no exterior, encerram a segunda-feira (20) com desvalorização de 2,04%, o que representa mais de 300 pontos de baixa.
Dezembro/21 teve queda de 380 pontos, valendo 182,60 cents/lbp, março/22 registrou queda de 380 pontos, valendo 185,40 cents/lbp, maio/22 também teve queda de 380 pontos, valendo 186,60 cents/lbp e julho/22 teve baixa de 375 pontos, valendo 187,40 cents/lbp.
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De acordo com análise do site internacional Barchart, os preços voltaram a cair depois que a Somar Meteorologia indicou chance de chuvas no parque cafeeiro ainda nesta semana no Brasil. As chuvas são esperadas pelo produtor, mas a irregularidade climática ainda sonda o setor. De acordo com especialistas, uma chuva sem continuidade, neste momento, traria ainda mais problemas na safra 22 - que já sente os impactos da seca prolongada e três geadas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de onda de calor para boa parte do Brasil válido até, pelo menos, quarta-feira (22). De acordo com os modelos, algumas áreas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná podem ter temperaturas batendo a casa dos 40 graus. Outro ponto de atenção neste momento é o tempo muito seco, que tende a derrubar a umidade relativa do ar. Segundo o Inmet, para os próximos dias as chuvas seguem restritas ao Sul do país.
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A queda do petróleo também pesou sobre os preços do café neste pregão. O petróleo teve 1,96% de baixa e puxou as demais commodities agrícolas. O peso adicional para o mercado veio do financeiro em meio desvalorização expressiva do petróleo no cenário internacional. O dólar mais valorizado ante o real no dia contribuiu com uma baixa generalizada das commodities.
"Todas as commodities estão sob pressão hoje por causa da valorização do dólar", disse à Bloomberg Carsten Fritsch, analista sênior de commodities do Commerzbank AG. "As softs commodities não são exceção".
Na Bolsa de Londres, com as atenções voltadas para os problemas no Vietnã, o café tipo conilon teve um dia de estabilidade. Novembro/21 teve alta de US$ 1 por tonelada, valendo US$ 2152, janeiro/22 teve alta de US$ 2 por tonelada, valendo US$ 2123, março/22 registrou valorização de US$ 2 por tonelada, valendo US$ 2059 e maio/22 teve alta de US$ 6 por tonelada, valendo US$ 2036.
"O conilon tem apoio sobre a preocupação com o fornecimento do Vietnã, o maior produtor mundial de robusta. A falta de contêineres para embarcar o café do Vietnã prejudicará as exportações em um futuro próximo e os preços aumentam", voltou a destacar a análise internacional.
No Brasil, parte das praças produtoras também encerram o dia com desvalorização.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,92% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.072,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,47%, valendo R$ 1.060,00, Varginha/MG registrou baixa de 0,92%, valendo R$ 1.075,00, Campos Gerais/MG teve queda de 0,93%, valendo R$ 1.071,00 e Franca/SP teve alta de 0,92%, valendo R$ 1.100,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 0,95% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.141,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,41%, valendo R$ 1.200,00, Varginha/MG teve baixa de 0,89%, negociado por R$ 1.115,00 e Campos Gerais/MG encerrou com baixa de 0,88%, valendo R$ 1.131,00.
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