Prevenção é o melhor caminho para o controle da monilíase do cacaueiro, diz CNA
Na avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o controle fitossanitário da monilíase do cacaueiro pode ser feito por meio da prevenção com diversas iniciativas para evitar a entrada e erradicação dos focos já existentes.
O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados na segunda (13), depois que surgiram casos da doença no município de Cruzeiro do Sul (AC).
“A prevenção é o primeiro passo e onde devem ser dedicados esforços nesse primeiro instante”, afirmou o coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva. “Ficamos preocupados com o potencial risco para a cultura do cacau, mas confortáveis com a atuação estruturada e bem organizada do Ministério da Agricultura com apoio das instituições de pesquisa e dos órgãos de defesa dos estados”, ressaltou.
A monilíase é causada por um fungo chamado Moniliophthora roreri, que ataca somente os frutos do cacaueiro em qualquer fase do desenvolvimento.
“Sabemos dos desafios. Nossa fronteira é bem extensa, principalmente na região Norte com países com a presença da praga, o que dificulta o trabalho do ministério e dos agentes de defesa dos estados, além das rodovias que também dificultam o controle, mas o Mapa tem feito um trabalho exemplar”, disse Silva.
O coordenador de Produção Agrícola da CNA disse ainda que a confederação tem realizado ações para informar o produtor rural sobre a praga e o potencial risco da entrada em novas áreas.
“Temos reforçado com nossas bases sobre o trânsito de material vegetativo. Os produtores precisam ter condições de identificar a praga, fazer o isolamento da área e chamar os órgãos de defesa dos estados para tomar as medidas de precaução. Disseminar informações corretas e adequadas é parte importante do processo de prevenção”, disse.
“É algo que nos preocupa porque só um número pequeno de produtores consegue fazer a identificação adequada, daí a confusão com outros tipos de fungos até mesmo com a vassoura-de-bruxa. Por isso, ações informativas são relevantes nesse momento.”
Maciel Silva reforçou a importância da prevenção, seja por meio do monitoramento ou mesmo pelo melhoramento genético preventivo do cacaueiro, que tem mostrado resultados positivos em outros países. Ele colocou o Sistema CNA à disposição para ações de orientação, capacitação e assistência técnica aos produtores rurais da cadeia produtiva.
“Precisamos fazer um esforço maior porque sem sombra de dúvidas a prevenção é o melhor caminho para podermos fazer a gestão desse tipo de problema. Esperamos que não avance, que seja apenas um ponto isolado que possa ser controlado por medidas educativas.”
O debate contou também com a participação do pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Rafael Moyses Alves, da coordenadora-geral de Proteção de Plantas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Graciane Castro, do presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), José Francisco Thum, e da fiscal agropecuária da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Catarina Cotrim de Mattos Sobrinho.
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