Açúcar perde mais de 3,5% na semana em NY e fica abaixo dos US$ 19 c/lb
Os futuros do açúcar fecharam a sessão desta sexta-feira (10) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres, elevando os recuos acumulados na semana. O peso veio com os temores com a demanda e dados do Centro-Sul em agosto.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,34%, cotado a US$ 18,79 c/lb, com máxima de 19,25 c/lb e mínima de 18,73 c/lb. Em Londres, o tipo branco fechou com queda de 1,93%, negociado a US$ 487,60 a tonelada.
Na semana, o primeiro vencimento em Nova York perdeu mais de 3,50%.
"Operadores disseram que o açúcar parecia ter perdido a tendência de alta que teve com a demanda caindo drasticamente em meio aumento das taxas de frete e a baixa produção do principal produtor Brasil já precificada", destacou a Reuters.
Jack Scoville, analista da Price Futures Group, também destacou o cenário em relatório. "Temores de que a Covid esteja voltando e poderia reduzir a atividade econômica e a demanda estão por aí. O mercado ainda está funcionando com pouca oferta", disse.
Além disso, no dia, houve alguma pressão do financeiro sobre o mercado com alta do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos. Por outro lado, o petróleo subia.
Além da demanda, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) trouxe no dia os dados da 2ª quinzena de agosto do Centro-Sul do Brasil. A produção do adoçante avançou em 0,69% na última quinzena e atingiu 2,95 milhões de toneladas.
O número, inclusive, ficou levemente acima do que a média da estimativa da S&P Global Platts com 10 analistas. O volume fabricado de etanol alcançou 2,23 bilhões de litros na segunda quinzena de agosto, segundo a Unica.
Porém, a colheita pode acabar antes que o habitual. "A baixa produtividade e as geadas contribuíram para a aceleração da colheita, que se encontra em estágio bastante avançado em relação ao último ciclo agrícola", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
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No cenário internacional, a Índia, segunda maior produtora do adoçante no mundo, anunciou que deve exportar 6 milhões de t de açúcar na safra 2021/22 (outubro-setembro), já que a alta nos preços globais tornou as exportações viáveis, segundo a Reuters.
As usinas do país já fixaram contratos para exportar 1,2 milhão de t na próxima temporada.
MERCADO INTERNO
O índice do açúcar no Brasil continua em disparada com oferta restrita. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,49%, a R$ 140,65 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 134,93 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 19,42 c/lb e queda de 1,32%.
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