Desempenho do frango vivo em agosto e nos oito primeiros meses de 2021
O frango vivo – tanto o comercializado no interior paulista como o de Minas Gerais – terminou agosto da mesma forma como começou, ou seja, sem qualquer alteração de preço.
Mesmo assim, o valor do mês – R$6,00/kg, cotação que, neste primeiro dia de setembro, tende a completar sete semanas ininterruptas de vigência – correspondeu à melhor cotação já atingida pelo produto em todos os tempos.
Tal conquista, porém, não tem significado maior. A estabilidade só ocorreu, parece estar claro, porque o volume de aves vivas colocadas à venda no mercado independente foi inferior ao de meses anteriores, mantendo-se ajustado ou até inferior à demanda. E não foi pela vontade dos produtores, mas devido ao custo – proibitivo – de produção.
Aliás, é o custo – e não o mercado – que tem proporcionado a (até aqui aparente) valorização do frango. Tentar acompanha-lo tem sido o maior desafio do setor. Mas sem sucesso, pois, frente a uma valorização de 53,85% nos últimos 12 meses, o preço da principal matéria-prima do frango, o milho, aumentou mais de 72%. Ou, considerada a média dos 12 meses de dois anos atrás (2019), quase 145% do milho contra menos de 85% do frango vivo.
A defasagem fica ainda mais clara ao se comparar o preço médio dos oito primeiros meses de 2021 com a evolução do custo no mesmo período. A remuneração obtida pelo frango vivo aumentou menos de 20% (mais exatamente, 19,09%). Já o custo de produção aumentou mais de 50% (pelo levantamento da Embrapa Suínos e Aves, entre janeiro e julho havia aumentado 52,5%).
Sob tal panorama, o lógico é continuar buscando a reversão do prejuízo. Mas aí surge outro (e talvez ainda maior) problema: a perda da já escassa acessibilidade do consumidor ao produto e, com ela, o risco de queda na demanda. Aparentemente pela primeira vez, o frango se encontra entre a cruz e a espada.
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