Suinocultura independente: preços "derretem" nas principais praças produtoras enquanto custos escalam
A última semana de agosto para a negociação na suinocultura independente trouxe queda generalizada para os preços, com exceção do Paraná. Segundo lideranças do setor, os custos de produção seguem exercendo grande pressão, enquanto as vendas não remuneram bem, mesmpo com as exportações em ritmo acelerado.
Em São Paulo, de acordo com informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), nesta quinta-feira, a Bolsa de Suínos registrou queda, com valor passando de R$ 6,67/kg vivo para R$ 6,13/kg.
Após três semanas consecutivas de preço do suíno sendo mantido em R$ 7,20/kg, o mercado mineiro registrou recuo para R$ 6,50/kg vivo. Segundo o consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Alvimar Jalles, o mercado mineiro mantém seu contexto de estoques de animais dentro das granjas no nível de final de ano ou seja: muito baixos.
"As demais regiões estão ofertando suínos e carcaças e isso leva à baixa de preços.
Minas não consegue se posicionar de modo isolado do Brasil", pontuou.
Santa Catarina, que também negocia os animais no mercado independente às quintas-feiras, registrou queda na negociação, saindo de R$ 6,80/kg para R$ 6,51/kg vivo.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, explica que não se sabe ao certo o que está acontecendo, já que o escoamento da proteína por meio das exportações está acelerado, e deveria diminuir a distância entre o preço do animal e os custos de produção.
Considerando a média semanal (entre os dias 19/08/2021 a 25/08/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,66%, fechando a semana em R$ 6,62.
"Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,40", informou o reporte do Lapesui.
No mercado gaúcho, as negociações do setor independente são realizadas às sextas-feiras, e na última (19), houve recuo do preço do animal vivo, partindo de R$ 6,81/kg para R$ 6,59/kg.
Segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdeci Folador, o mercado está "truncado", e há informações de que a China, principal comprador da carne suína brasileira, está tentando reduzir os preços pagos pelo produto.
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