Milho: B3 volta a cair abaixo dos R$ 100,00 nesta 4ªfeira com colheita acelerada e mais vendedores
A Bolsa Brasileira (B3) encerrou as atividades desta quarta-feira (18) se mantendo mais baixa para os preços futuros do milho, que voltaram a recuar para abaixo dos R$ 100,00 e ficando entre 97 e 99 reais.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 97,95 com desvalorização de 1,38%, o novembro/21 valeu R$ 98,30 com perda de 1,31%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 99,25 com baixa de 1,34% e o março/22 teve valor de R$ 99,16 com queda de 1,38%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as movimentações da B3 são reflexo do avanço da colheita muito acelerado em função do tempo seco desta semana, com produtores tentando tirar o milho rapidamente dos campos para deixar as áreas prontas e disponíveis para plantar a soja.
“O produtor está indo para o mercado e vendendo milho. Temos visto vendas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, tem vendedor de milho em todas as regiões e os grandes compradores continuam fora do mercado”, diz Brandalizze.
Mercado Interno
Os preços do milho no mercado físico brasileiro registraram pequenos recuos ao longo desta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas no Oeste da Bahia. Já as desvalorizações apareceram em Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Cândido Mota/SP e Campina/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “o mercado permanece sem novidades com consumidores cautelosos fazendo compras esporádicas, mantendo o preço da saca permanece nos R$ 100,00/sc em Campinas/SP”.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta ainda que, “as granjas e indústrias de consumo do milho mostram um comportamento mais cauteloso nos últimos dias, sinalizando pouco interesse em fazer novos negócios. Paralelamente à isto, as indicações de compra do cereal no Porto de Santos/SP giram ao redor de R$84,00/saca para agosto/setembro”.
Analistas da Agrinvest apontam também que, “corretores do milho comentam que as ofertas do MS continuam muito altas, assim como as ofertas de milho do Paraguai, regiões que mais sofreram com as geadas. Com isso, hoje o milho do MT é o mais competitivo CIF indústrias no Sul e também CIF São Paulo”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também terminou a quarta-feira da mesma maneira com que começou o dia, operando muito próxima da estabilidade para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,61 com valorização de 3,50 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,65 com alta de 1,50 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,72 com ganho de 1,25 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,76 com elevação de 1,25 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última terça-feira (17), de 0,54% para o setembro/22, de 0,36% para o dezembro/21, de 0,18% para o março/22 e de 0,17% para o maio/22.
Segundo informações do site internacional Blog Price Group, o milho caiu no que parecia ser alguma venda especulativa ligada a resultados melhores do que o esperado da etapa oeste do tour Pro Farmer, mas as tendências ainda estão em alta nas paradas.
“Os participantes do tour encontraram um potencial de rendimento reduzido de milho e soja em Dakota do Sul, mas o potencial era melhor do que o comércio esperava. Encontram um forte potencial para colheitas muito boas em Nebraska e Indiana”, relata o analista de mercado do Price Group, Jack Scoville.
Por outro lado, a força contrária vem do clima, que continua sendo uma característica do comércio. “Algumas previsões apontam para uma melhora do tempo, especialmente no cinturão oriental, mas as condições de cultivo nos EUA são altamente variáveis e provavelmente não produzirão linha de tendência ou rendimentos recordes. Ainda é muito seco em muitas áreas do Oeste e um clima mais seco é esperado no Leste. Deve permanecer quente no Oeste e frio no Leste”, diz Scoville.
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