Por quanto o frango vivo seria comercializado se acompanhasse os preços do milho?
Uma vez que – como se diz habitualmente – um frango nada mais é que milho transformado em carne – seria lógico esperar que os preços de ambos evoluíssem paralelamente. Mas nos últimos tempos não tem sido assim já que, com a forte demanda externa e a dolarização do produto, o grão continua muito à frente do frango, que permanece cotado em real.
Naturalmente, esse paralelismo inexiste, pois uma série de diferentes fatores influencia o apreçamento de um e outro produto, fazendo com que em alguns momentos ocorram grandes diferenças de preço a favor de um ou outro produto.
Mas, entre altas e baixas, existe um comportamento médio no decorrer do tempo, suficiente para proporcionar um padrão básico de comparação. Que tal, por exemplo, a média registrada nos 10 anos transcorridos entre 2010 e 2019?
Ela envolve os altos preços do milho registrados em 2016, quando houve quebra de safra, mas também abrange os baixos preços enfrentados um ano depois, quando foi obtida uma safra recorde. Além disso, o final dessa década antecede o período em que todos os paradigmas anteriores começaram a ser quebrados e se intensificaram a partir de janeiro de 2020, persistindo até hoje.
Pois bem: nesses 10 anos, uma tonelada de aves vivas possibilitou adquirir, em média, 75,08 sacas de 60 kg de milho. É o padrão adotado para a elaboração do gráfico abaixo, no qual aparece, primeiro, a cotação nominal registrada mensalmente pelo frango vivo e, a seguir, o valor que deveria ter alcançado se mantivesse o mesmo poder de compra do período 2010/2019 – 75,08 sacas de milho por tonelada de frango vivo.
Como se constata, em apenas duas ocasiões os preços do milho e do frango apresentaram relativa paridade nos últimos 19 meses: em junho e julho do ano passado, meses em que a defasagem de preço do frango ficou abaixo dos dois dígitos (6,5% e 4,6%, respectivamente, como mostra a coluna à direita do gráfico).
Resumindo, para manter inalterado seu poder de compra, nesses 19 meses o frango deveria ter sido comercializado, em média, por R$5,58/kg. Mas não chegou a três quartos desse valor pois foi remunerado, na média, por R$4,16/kg.
Em julho corrente, a paridade de uma década teria sido mantida se o frango vivo alcançasse R$7,58/kg. Mas, comercializado por R$5,87/kg, ainda enfrenta uma defasagem de preço de 29,2%.
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