São Martinho vê lucro líquido avançar 45,4% no 4º tri de 2020/21
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de açúcar e etanol São Martinho registrou lucro líquido de 207,36 milhões de reais no quarto trimestre da temporada 2020/21, alta de 45,4% em relação a igual período do ciclo anterior, informou a companhia nesta segunda-feira.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou 568,2 milhões de reais no quarto trimestre fiscal da empresa, queda de 1,9% na comparação anual.
A receita líquida da São Martinho alcançou 1,157 bilhão de reais no período, leve alta de 0,9% no ano a ano. Do total, o faturamento com açúcar cresceu 16,9%, a 542,3 milhões de reais, enquanto a receita com etanol recuou 13,2%, para 567,7 milhões de reais.
"Mesmo diante dos desafios que se mostraram, conseguimos um ano com recorde de resultados operacionais e financeiros", disse a companhia em nota, citando as dificuldades representadas pela pandemia de Covid-19.
No ano completo de 2020/21, a São Martinho obteve lucro líquido 927,1 milhões de reais, salto de 45,1% ante 2019/20, enquanto o Ebitda ajustado atingiu 2,187 bilhões de reais, alta de 17,8%.
Mais cedo, a empresa do setor sucroalcooleiro havia apresentado seu "guidance" para a temporada 2021/22, indicando que a estiagem no centro-sul do Brasil deve resultar em uma moagem de cana 8,9% menor neste ciclo, a 20,5 milhões de toneladas.
A fabricação de açúcar pela companhia deverá recuar 18,7% em 2021/22 na comparação anual, para 1,2 milhão de toneladas, enquanto a produção de etanol tende a cair apenas 0,5%, para 1,013 bilhão de litros.
A São Martinho ainda disse que em 31 de março de 2021, a fixação de preço de açúcar para a temporada atual, totalizava o volume de, aproximadamente, 939 mil toneladas, o que representa cerca de 97% da cana própria, a um preço de 1.634 reais por tonelada.
Para a safra 2022/23, as fixações totalizavam 343 mil toneladas de açúcar, o que representa em torno de 38% da cana própria, a um preço de 1.773 reais por tonelada.
"Considerando o cenário de preços ocorrido ao longo de 2020 e início de 2021, e nossa decisão de mix de produção mais direcionado a produção de etanol para a safra 21/22, já estamos 97% protegidos na exposição ao preço de açúcar", disse a empresa.
Quanto ao cenário de médio e longo prazo, a São Martinho afirmou que vê preços de açúcar com tendência para um patamar mais elevado, "dada a restrição de oferta relevante do Brasil combinada com a possível mudança no mercado de etanol indiano a partir de 2022, que deverá enxugar parte do excedente da produção de açúcar da região (pelo menos 4 milhões de toneladas/ano)".
(Por Gabriel Araujo)
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