Alface/Cepea: Consumo cai em maio e rentabilidade do produtor se reduz
Tradicionalmente, o consumo nacional de alface diminui nesta época do ano, devido às temperaturas mais baixas – o que não foi diferente em 2021. Porém, segundo colaboradores consultados pelo Hortifruti/Cepea, a retração da procura foi ainda maior em maio quando comparada a anos anteriores, em decorrência dos reflexos da pandemia. Isso porque a menor frequência de ida às compras desfavorece a saída de perecíveis, assim como a crise econômica, a qual, mesmo com a reabertura parcial de restaurantes, afetou os pedidos de folhosas por parte destes estabelecimentos. Assim, para mitigar os índices de sobras, produtores e atacadistas tiveram que reduzir os preços para estimular o escoamento, além de buscar alternativas em outras culturas, visando melhorar a rentabilidade.
Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a área de plantio de brássicas (especialmente brócolis e couve-flor) aumentou, visto que estas culturas têm melhor escoamento no outono e inverno. Quanto às cotações de alface, a crespa registrou média de R$ 0,70/unidade em maio, decréscimo de 32,2% em comparação a abril. No atacado, as vendas de hortaliças, no geral, foram prejudicadas – sendo que a variedade crespa teve queda de 20,3% nos preços, na mesma comparação, finalizando o mês a R$ 0,52/unidade. Vale destacar que o baixo movimento no entreposto fez com que alguns boxes diminuíssem os horários de funcionamento.
Em Ibiúna (SP), alguns períodos de maior oferta de produtos afetaram as cotações. Além disso, a região registrou vendas mais lentas em relação às de Mogi das Cruzes. Sendo assim, as desvalorizações foram maiores: a americana teve redução de 34,6%, frente ao último mês, encerrando em R$ 0,97/unidade. Como solução para estimular o escoamento, produtores desta região firmaram parcerias com supermercados, que vêm sendo o principal canal de venda das verduras.
Para este novo mês, os aumentos nos custos de produção e as retrações nos investimentos em área de plantio da folhosa podem impedir novas desvalorizações expressivas. Porém, é esperado que a procura siga em ritmo lento e, desta forma, reações nos valores poderão ocorrer se acontecerem alterações significativas na produção – como em casos de intempéries climáticas.
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