Bataticultura tem cenário confortável e de estabilidade, mas pandemia impede reação mais expressiva do mercado
Apesar das retrições da covid-19, impactarem grande parte dos mercados de hortifruti do Brasil, no caso da batata, o aquecimento da demanda na Semana Santa vem dando suporte aos preços. Segundo João Paulo Bernardes Deleo , pesquisador do Cepea, como era previsto, o setor observa um cenário positivo nos preços sob a ótica do produtor. "Nós não tivemos um aumento expressivo de área e isso que garante os bons preços", comenta.
Relembrando como se comportou o mercado nos últimos dois meses, João destaca que para o mês de fevereiro era esperado que houvesse uma pressão com o avanço da colheita da Safras das Águas, mas que ainda assim, os preços se mantiveram acima dos custos de produção.
Em março, a expectativa era que ocorresse uma alta, como resposta à desaleração da colheita. "De fato foi o que a gente conseguiu observar no início do mês, mas logo tivemos os rumores de aumento nas restrições. Então embora tenha o volume reduzido e o mês com tendência de alta, a segunda quinzena foi de redução dos preços", comenta.
Na última semana, os indicadores do Cepea mostraram estabilidade nas principais praças produtoras, com ligeira queda, "mas quando comparado com outras culturas, batata se manteve estável", acrescenta.
Explicando o cenário de preços pressionados, João conta ainda que o setor observou uma compra antecipada da batata, seja pelo varejo ou pelo consumidor final. "Um outro motivo é que pode ser que tenha produtor que colheu um pouco menos, deixado para colher nesta semana justamente porque é comum nesta semana os preços subirem", comenta.
Para essa semana, o analista afirma que a tendência ainda é de alta, porém alerta que choveu no Sul do Brasil no final de semana, interrompendo parte da colheita na área. "Nós vamos observar no decorrer da semana como que vai ser esse mercado, para ver como fecha o mês, mas tem uma procura um pouco maior em função da Sexta-feira Santa.
Finaliza ainda que dentro da normalidade, o mercado estaria reagindo, com elevação dos preços, mas as restrições da covid-19 impedem essa melhora. Afirma ainda que a tendência é de uma melhora a partir da segunda quinzena de abril, levando em considerando que as restrições estarão mais flexíveis. 3
Preços na última semana
Os preços da batata seguiram estáveis nos últimos dias na média das Centrais de Distribuição das capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro, mas recuaram em Minas Gerais. Entre os dias 22 e 26, os preços médios da saca de 50 kg da batata tipo ágata especial foram de R$ 94,00 em São Paulo (SP) e de R$ 97,50 no Rio de Janeiro (RJ), praticamente estáveis (-0,62% e +0,86%) frente aos da semana anterior.
Já em Belo Horizonte (MG), a média da última semana foi de R$ 90,11, desvalorização de 8,51% na mesma comparação. Segundo colaboradores do Cepea, atacadistas de BH reportaram o recebimento de batatas de menor qualidade (calibre pequeno, pele escura e menor tempo de prateleira), o que pode justificar as quedas dos preços. No entanto, a desvalorização na praça mineira foi limitada pela desaceleração da safra das águas, que também foi o motivo da sustentação das cotações em SP e no RJ.
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