Copersucar reduz em 41% o descarte de resíduos
Após 10 anos da aprovação da lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e fomenta a organização e transparência com que os setores público e privado gerenciam seus resíduos, o Brasil ainda luta para desenvolver práticas que diminuam os impactos no meio ambiente. Neste cenário, os aterros sanitários se apresentam como grandes influenciadores deste resultado, uma vez que são geradores significativos de gases de efeito estufa (GEE), principalmente na emissão de metano e dióxido de carbono.
Para mudar está situação, principalmente, em um momento em que o mundo busca a transformação de hábitos em todas as esferas, com a utilização de alternativas mais sustentáveis que preservem o meio ambiente, reduzam a pegada de carbono e agreguem maior qualidade de vida para as pessoas, é necessário que setores, como o produtor e o industrial, também procurem estas mudanças.
Um bom exemplo vem do setor sucroenergético. A Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, vem aliando tecnologia e sustentabilidade para, entre outras ações, diminuir continuamente a quantidade de resíduos sólidos descartados. Nas últimas duas safras, os terminais e as 34 usinas associadas da companhia proporcionaram uma redução de, aproximadamente, 41% no descarte de resíduos, com destaque para a queda ainda mais acentuada dos materiais classificados como perigosos.
Este desempenho é justificado, entre outros motivos, pelo reaproveitamento dos materiais relacionados à produção e processamento da cana-de-açúcar. Atualmente, 99% dos resíduos gerados pelas usinas na produção de açúcar e de etanol são reaproveitados tanto na geração de energia, com o bagaço, como nas atividades agrícolas, com a vinhaça, a torta de filtro e as cinzas das caldeiras.
Utilização d resíduos nas atividades agrícolas aumentou 58% nas últimas 4 safras
Para Monica Jaén, gerente de sustentabilidade e meio ambiente da Copersucar, a cana-de-açúcar é uma das matérias-primas mais ricas do Brasil, com alto grau de reutilização de seus resíduos e desenvolvimento de subprodutos com aplicações ambientalmente corretas. "Em um cenário mundial em que, cada vez mais, o mercado reconhece e remunera as práticas sustentáveis, o setor ganha mais holofotes e pode servir como bom exemplo nas relações comerciais do País. É neste contexto que a Copersucar e suas associadas investem na melhoria de processos de tratamento de resíduos para, além de aumentar a rentabilidade e reduzir o seu impacto, serem reconhecidas e se diferenciarem no mercado internacional", ressalta a executiva.
Monica Jaén, gerente de sustentabilidade e meio ambiente da Copersucar
No caso da produção de energia, ganha destaque a autossuficiência de todas as usinas da Copersucar. Neste contexto ambientalmente positivo, a utilização do bagaço da cana para este fim evoluiu 17% nas últimas quatro safras. Além disso, o excedente passou a ser exportado para o Sistema Interligado Nacional (SIN), uma prática que vem aumentando a cada ano e eleva ainda mais a participação de fontes renováveis na matriz energética brasileira. Na safra 2019-2020, foram exportados 11,4 milhões de GJ, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período anterior.
Na atividade agrícola, quase a totalidade dos resíduos e efluentes do processo industrial são reaproveitados. A principal delas é a fertirrigação, em que se utiliza a vinhaça, um método amigável ao meio ambiente que substitui o uso de produtos químicos. Rica em potássio, ela é empregada por todas as usinas da Copersucar, que levam o composto de volta ao campo como fertilizante, elevando a qualidade do solo no cultivo e aumentando a produtividade. Nas últimas quatro safras, esta prática cresceu em 46%, atingindo 56,1 milhões de toneladas em 2020. "E vale ressaltar que todo este processo de contribuição ambiental é realizado com base no Plano de Aplicação de Vinhaça, uma rígida regulamentação para a aplicação na fertirrigação, e conta ainda com equipamentos de controle de vazão, direcionamento e lâminas adequadas", completa Monica Jaén.
Já a torta de filtro, proveniente da filtração do caldo, e as cinzas das caldeiras, utilizadas como corretivos do solo por ser ricas em fósforo, cresceram 188% desde a safra 2016-2017, atingindo a marca de 12,3 milhões de toneladas.
Além de diminuir consideravelmente o descarte destes coprodutos da indústria, vistos como matéria rica em boas substâncias e ainda pouco aproveitada no Brasil, para os resíduos que não puderam ser utilizados é necessário o processo de contratação de empresas devidamente autorizadas para o transporte e destinação final.
Terminais da Copersucar restringem em 51% o envio de resíduos para aterros
Outra transformação que merece destaque é o trabalho de destinação dos resíduos realizado nos terminais do Porto de Santos e das cidades de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Na última safra, os terminais da Copersucar reduziram em 51% o envio de resíduos para aterros sanitários e encaminharam 60 mil toneladas de resíduos para a compostagem.
Centenas de caminhões carregados de açúcar partem e chegam semanalmente aos terminais. Ao escoar o produto das caçambas dos caminhões e dos vagões de trens para os galpões por meio das moegas e, no caso do porto, embarcá-lo nos navios pelas esteiras, é comum a formação de resíduos, que são varridos diariamente para limpeza. Só no terminal portuário, cerca de 270 toneladas de resíduos são varridos anualmente, que tem grande parte da sua composição formada por restos de produtos - como açúcar, soja ou milho -, água e outros componentes, materiais e impurezas.
Descarregamento de açúcar no terminal da Copersucar em Santos
Através de um projeto de melhoria na adaptação dos sistemas de armazenagem e drenagem destes materiais originados na varrição das instalações, foi possível ampliar a secagem do composto, reduzindo em quatro vezes o tempo de lavagem, e, principalmente, diminuindo a quantidade de material que vai para o aterro. "Com o material mais seco e sólido, conseguimos dar uma destinação ambientalmente mais adequada, alterando o seu envio do material para a compostagem, além de passarmos a utilizar o composto como substrato para adubação do solo em áreas de plantio.", comenta Mônica Jaén. E a água das lavagens que gera os efluentes é armazenada em stop-logs e enviada para estações de tratamento cadastradas na Cetesb, para reprocessá-la no sistema.
Outro destaque nos terminais foi a reciclagem que, desde 2016, cresceu 346%, alcançando 370 toneladas por ano. Neste processo, a melhoria contínua da coleta seletiva e o treinamento de toda equipe dos terminais foram determinantes para alcançar o resultado, que contribuiu também para reduzir consideravelmente o material que antes tinha como destino os aterros sanitários.
É o caso da separação do papel e do plástico proveniente das atividades de manutenção e administrativas, materiais que passaram a ser enviados para empresas de reciclagem. E no processo de segregação foi possível separar outros elementos como madeira, borracha, entulho e sucata que hoje são destinados para empresas de beneficiamento, certificadas e licenciadas, que reutilizam estes materiais, principalmente, para a área de construção civil, para empresas que precisam gerar energia e, no caso da borracha, para reutilização na produção de asfalto. Além da questão ambiental, todo este processo de reciclagem ainda movimenta a economia da região. A borracha e sucata reutilizadas por estas empresas, por exemplo, chegam e gerar um valor até cinco vezes maior para o comércio local.
Para conferir mais detalhes desta iniciativa e outras ações sustentáveis que a Copersucar realiza, acesse o relatório de GRI disponível em: https://relatorios.copersucar.com.br/2020/
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