Safra atrasada mostra milhares de carretas afunilando pontos de desembarque de soja no País
BR-163 e BR-230: Fluxo de caminhões é restabelecido para estação de transbordo no Tapajós, mas trânsito segue intenso
Uma fila de mais de 10 mil caminhões que se formou nas proximidades de uma estação de transbordo no Rio Tapajós em via sem pavimento, entroncamento entre a BR-163 e BR-230 (também conhecida como Transamazônica), na região de Itaituba e Miritituba (PA), teve seu fluxo restabelecido, segundo o secretário de Agricultura de Itaituba (PA), Emanoel do Livramento Pires Júnior, após dias de paralisação em pleno escoamento da safra de grãos. A ação foi possível graças a uma força-tarefa da Polícia Militar, após ser acionada pela Prefeitura de Itaituba.
"A boa notícia é que já foi solucionado. O trânsito ainda é muito intenso na rodovia. Está chovendo muito, mas não está parado mais como antes", disse Pires Júnior por telefone ao Notícias Agrícolas. A redação também entrou em contato com o Posto Mirian, que fica exatamente no entroncamento entre as duas rodoviais, e uma funcionária também confirmou que o trânsito intenso segue nas vias, mas que não há paralisação neste momento, apesar de chuva forte desde domingo (14).
"Houve um congestionamento muito grande, caminhões em fila dupla, e nós não temos a presença da Polícia Rodoviária Federal, então o prefeito da cidade de Itaituba deslocou o efetivo da Polícia Militar para dar apoio e organizar o trânsito", explicou o secretário destacando que o fluxo ocorreu em decorrência do escoamento da safra vinda do Mato Grosso.
Pires Júnior explica que a via de transbordo possui apenas cinco pátios que recebem essas carretas das BR-230 e da BR-163. A área onde fica o trevo do Campo Verde, conforme explica o responsável pela Pasta da Agricultura, fica cerca de 30 quilômetros distante dos portos. "Neste entroncamento estava passando tudo, e como aumentou o fluxo de carretas, os pátios que existem não estavam atendendo à alta demanda. A Polícia Militar então foi para esse entroncamento para segurar as carretas para irem acessando aos poucos os pátios", afirmou.
O secretário afirma ainda que o fluxo de carretas é muito alto para a estrutura viária disponível, pontuando que a BR-163 não é duplicada e que não há não temos ferrovias na região, apesar do projeto da Ferrogrão.
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As chuvas que demoraram a chegar no início da temporada 2020/21 de soja do Brasil chegaram de forma mais intensa e até mesmo excessiva em algumas áreas. No Paraná, a consequência destas condições de clima tem resultado no abortamento de vagens.
-- "Um grande período de dias sem incidência direta de luz solar tem sido um dos grandes problemas agronômicos dessa safra", explica Claudeir Pires, CEO da Academia da Soja, que vem visitando lavouras nas principais regiões produtoras do país.
-- "O excesso de nebulosidade em janeiro causou distúrbios fisiológicos nas plantas, que voltaram a vegetar, cresceram além do normal, desenvolveram muitas folhas e abortaram muitas vagens. Esse fenômeno ocorre em várias partes do estado, em menor ou maior grau, e deve afetar a produtividade final, já corrigida para baixo, neste levantamento", informa o boletim mensal da instituição.
No dia 5 foi emitido o primeiro alerta:
Excesso de chuvas prejudica soja em Dr.Camargo/PR com sombreamento, amarelamento e queda de vagens
As lavouras de soja em Dr. Camargo no Paraná já sofreram com estiagem e falta de chuvas que atrasou o plantio em cerca de 35 dias e agora são impactadas pelo excesso de chuvas. O mês de janeiro teve um acumulado de 350 mm e fevereiro já registrou quatro chuvas na região.
Segundo o produtor rural Ildefonso Ausec, mais do que o excesso de chuvas, o excesso de sombreamento tem sido prejudicial às plantas com lavouras crescendo demais, folhas amareladas e vagens caindo. Outro ponto de preocupação é para o aumento da pressão de doenças neste cenário e da impossibilidade de aplicação de defensivos em meio as precipitações.
Ausec relata que ainda não é possível projetar índices de produtividade porque a safra está atrasada pelo plantio e pelo sombreamento e porque as lavouras estão bastante irregulares, enquanto alguns pontos têm perdas totais, outros estão em boas condições.
Outro impacto deste cenário será sentido na segunda safra de milho. Com a colheita da soja adentrando o mês de março, a janela de semeadura do cereal vai ocorrer fora do período ideal, mas deve acontecer ainda assim, já que 90% dos insumos necessários já estão adquiridos pelos produtores.
Ildefonso Ausec - Produtor Rural
Lavouras de soja estão abortando no Paraná, veja imagens de Maripá/PR:
Abaixo mais algumas imagens de soja improdutiva, em Dr. Camargo/PR:
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