Petroleira Total muda nome mirando transição energética; melhora balanço no 4° tri
Por Benjamin Mallet e Sarah White
PARIS (Reuters) - A petroleira francesa Total registrou resultados melhores que o esperado no quarto trimestre, com a estabilização dos preços do petróleo, enquanto anunciou em conjunto com o balanço uma mudança de nome, como parte de seus esforços para diversificar e crescer em energia renovável e produção de eletricidade.
A gigante francesa de óleo e gás, que assim como rivais sofreu em 2020 com o impacto da pandemia sobre o consumo de combustíveis, disse que passará a adotar a marca TotalEnergies, uma vez que buscará na próxima década reduzir os produtos de petróleo para um terço de suas vendas, contra metade atualmente.
A companhia fechou 2020 com um prejuízo líquido de 7,2 bilhões de dólares, atingida por cerca de 10 bilhões de dólares em ajustes contábeis associados ao colapso dos preços do petróleo.
Mas a companhia se recuperou da maior parte dessa baixas, incluindo algumas relacionadas a seus ativos no Canadá, ainda na primeira metade do ano, e fechou com um lucro líquido ajustado de 4,06 bilhões de dólares para o ano.
Os lucros caíram menos no quarto trimestre do que no trimestre anterior. O lucro líquido ajustado, que elimina alguns itens não recorrentes, recuou 59% na comparação anual no período, para 1,3 bilhão de dólares, superando estimativas de analistas e em contraste com rivais incluindo a Shell.
"Em geral, foi uma performance sólida como uma rocha em um trimestre e um ano duros", escreveram analistas do Bernstein em nota, acrescentando que a geração de caixa foi forte.
NOVA MARCA
O presidente do conselho e CEO da companhia, Patrick Pouyanne, disse que a mudança de nome reflete uma tentativa de se mover o mais rapidamente possível à medida em que ela busca melhorar em suas metas ambientais.
"Ao propor essa mudança de nome aos acionistas, também estamos fundamentalmente pedindo a eles que aprovem essa mudança na estratégia", disse o executivo a jornalistas.
O grupo disse que já investiu mais de 2 bilhões de dólares na aquisição de ativos no setor de renováveis neste ano, enquanto planeja gastar 20% de seu orçamento de investimentos em 2021 nesses esforços, contra 15% em 2020.
A Total deve somar 5 bilhões de dólares em investimentos para financiar sua atuação no segmento de renováveis neste ano, com uma mistura de dívida e capital próprio, disse Pouyanne, em cifra que deve chegar a 60 bilhões em 2030.
A companhia mira investimentos líquidos em geral de 12 bilhões de dólares neste ano, abaixo dos 13 bilhões do ano anterior.
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