Preços do açúcar bruto devem fechar ano em baixa com superávits globais
Os contratos futuros do açúcar bruto devem terminar este ano mais de 8% abaixo dos níveis atuais, com um superávit global marginal nesta temporada se ampliando ligeiramente em 2021/22, apontou uma pesquisa da Reuters com 11 traders e analistas nesta segunda-feira.
Os preços devem fechar 2021 em 14,5 centavos de dólar por libra-peso, queda de 8,4% em relação ao fechamento de sexta-feira e 6,4% abaixo dos níveis no final de 2020, de acordo com a previsão mediana.
Os preços do açúcar branco provavelmente terminarão 2021 em 407,30 dólares por tonelada, uma queda de 10,7% em relação ao fechamento de sexta-feira e 3,2% abaixo dos níveis do final de 2020.
O consenso da pesquisa é de um superávit global de 0,5 milhão de toneladas para a temporada 2020/21, seguido por outro superávit de 2,8 milhões de toneladas em 2021/22.
Os preços do açúcar bruto subiram 15% no ano passado, com o aumento contribuindo para a produção recorde em 2020/21 de cerca de 38 milhões de toneladas na região centro-sul do Brasil.
Houve uma mudança no uso de mais cana para produzir açúcar em vez de etanol na temporada, impulsionada em parte pela fraca demanda pelo biocombustível associada a medidas para desacelerar a disseminação do Covid-19.
Os participantes da pesquisa tinham uma previsão mediana de 36,2 milhões de toneladas para a produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2021/22, abaixo do recorde desta temporada, mas ainda um nível forte.
A proporção da cana destinada à produção de açúcar foi estimada em 46% em 2021/22, em linha com esta safra e bem acima dos 34% utilizados em 2019/20.
"A demanda por combustível globalmente e seu impacto sobre os preços do petróleo irão realimentar os valores do etanol e o mix de açúcar brasileiro. A fraca demanda por gasolina e etanol no Brasil está fazendo com que os usineiros recebam sinais para maximizar a produção de açúcar", disse o analista do Grupo Sopex, John Stansfield.
A produção de açúcar da Índia foi estimada em 2021/22 em 33 milhões de toneladas, ante 32,4 milhões em 2020/21, de acordo com a previsão mediana da pesquisa.
Os participantes também citaram uma possível desaceleração nas compras pela China contribuindo para uma possível queda nos preços.
Eles observaram que está particularmente difícil prever a demanda de açúcar na próxima temporada, com uma recuperação no consumo fora de casa ligada em parte à eficácia e extensão dos programas de vacinação Covid-19 em todo o mundo.
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