Importação de carne de frango do BR por países da Liga Árabe cai 17% em 2020

Publicado em 29/01/2021 16:02 e atualizado em 30/01/2021 08:57
Tamer Mansour - Secretário Geral da Câmara Árabe-Brasileira
Expectativa da Câmara de Comércio Brasil-Árabe é que a partir de maio as exportações melhorem, com maior parcela da população vacinada e economia retomando aos poucos

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Entrevista com Tamer Mansour - Secretário Geral da Câmara Árabe-Brasileira sobre as Exportações de Frango

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O ano de 2020 encerrou com 17,2% de recuo no faturamento com as exportaçõe sbrasileiras de carne de frango para os países da Liga Árabe, conforme dados da Câmara de Comércio Brasil-Árabe. O secretário-geral da entidade, Tamer Mansour, explica que, além da pandemia, as compras agressivas da China de proteínas animais e o crescimento da produção local em alguns países contribuíram para a queda. 

Segundo Mansour, a pandemia do coronavírus reduziu a circulação de pessoas, e prejudicou principalmente países que dependem do turismo, consequentemente diminuindo o consumo da proteína. "Além disso, a China, apesar de preferir carnes suína e bovina, levou grande fatia da carne de frango nas importações também para suprir sua necessidade". 

A respeito da produção local da carne de frango, ele explica que Omã e a Arábia Saudita, juntos, cresceram em torno de 40%, mas que esse fator teve menos "peso" do que a pandemia como motivador da redução das compras no Brasil. 

Em números, a Arábia Saudita, principal comprador do produto brasileiro entre os países da Liga Árabe, diminuiu em 13,8% o valor adquirido em 2020. Entretanto, para Mansour, a queda mais preocupante foi a do Iraque, 40,5%, motivado por um embargo imposto pelo país ao produto brasileiro, alegando problemas sanitários. 

"Estamos trabalhando junto ao governo do Brasil para prestar todos os esclarecimentos necessários para que haja a retomada das vendas de carne de frango para o Iraque", afirmou. 

Por outro lado, mesmo durante um ano de pandemia que gerou obstáculos, alguns mercados da Liga Árabe despontaram na lista como, por exemplo, a Líbia, que aumentou em 13,5% as compras de carne de frango no Brasil, Egito, com alta de 9,2%, e Marrocos, com avanço de 3,4%.

"Estes países se mostraram como mercados promissores. A Líbia está em um período de estabilidade política, o que é positivo para o consumo, assim como o Marrocos, cujo governo tem mostrado maior abertura para negociações com países do Mercosul", explicou. 

A expectativa para 2021 é de que até maio, pelo menos, não haja mudanças significativas nas importações de carne de frango pelos países da Liga Árabe, mas após esse período, com grande parte da população local já vacinada e a expectatuva de uma retomada econômica, os volumes podem passar a ser maiores.

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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