Emmanuel Macron nunca nem viu um pé de soja! E quer ser independente?
No último dia 14 de dezembro, a Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) deu uma coletiva de imprensa trazendo dados importantes que ilustravam como a produção de soja no Brasil está cada vez mais distante do desmatamento na Amazônia. De acordo com os dados de monitoramento do programa de Moratória da Soja, o aumento do cultivo da oleaginosa em áreas em desacordo com a moratória, de 23%, foi o menor em termos percentuais dos últimos 8 anos. São 108,409 mil hectares, ou apenas 2%, dos 5,4 milhões que são cultivdos com a soja no Bioma Amazônia.
Fonte: Abiove
Em entrevista ao Notícias Agrícolas no mesmo dia, o presidente da associação, André Nassar, detalhou ainda mais a responsabilidade da sojicultura nacional.
"Esse número da Moratória da Soja mostra que a expansão de soja entre 2018 e 2019 para a safra 2019/20 no Bioma Amazônia foi mais intensamente em áreas já abertas e não em áreas novas. Então, realmente, o produtor expandiu muito a área de soja, mas muito mais em áreas abertas e eu vejo isso como uma vitória para nós, porque a soja pode continuar e deve continuar crescendo no Bioma Amazônia, gerando todo desenvolvimento que ela gera, mas em áreas abertas antes de 2008 e a safra 2020 comprovou que isso é possível", disse.
Fonte: Abiove
Relembre:
+ Abiove: Soja cultivada em área em desacordo com a moratória tem menor incremento em 8 anos
Os dados, os estudos, as estatísticas são constantemente atualizados, os resultados do papel além de econômico, social e ambiental da soja são visíveis, porém, parecem insuficientes para o presidente da França, Emmanuel Macron, que voltou a atacar a oleaginosa brasileira.
"Continuar a depender da soja brasileira seria endossar o desmatamento da Amazônia", disse o líder francês em sua conta no Twitter.
Imediatamante, as repercussões e respostas a Macron começaram a aparecer, entre líderes, estudiosos, representantes do setor e até mesmo pessoas que não têm ligação com o agronegócio brasileiro, mas que compreendem que tal declaração foi, além de infeliz, descabida geograficamente e acompanhando a evolução da cultura nas últimas décadas.
O Brasil está pronto a demonstrar a todos os países europeus que o Acordo MercosulUE não ameaça o meio ambiente e, especificamente, que a soja brasileira não destrói a Amazônia. Na verdade, o Acordo favorece o desenv. sustentável em suas 3 dimensões: ambiental, social, econômica.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) January 13, 2021
Leia novamente:
+ O papel social, econômico e, principalmente ambiental da soja do Brasil, por Carla Mendes
"Monsieur Macron? Monsieur Macron ne pas bien. Monsieur Macron desconhece a produção de soja no Brasil. Nossa produção de soja é feita no cerrado ou no sul do País. A produção agrícola na Amazônia é ínfima", disse o general Mourão. Do mesmo modo, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou, também em seu Twitter, "O Brasil está pronto a demonstrar a todos os países que o Acordo Mercosul UE não ameaça o meio ambiente e, especificamente, que a soja brasileira não destrói a Amazônia. Na verdade, o acordo favorece o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões: ambiental, social e econômica".
O CEO da Academia da Soja no Brasil, Claudeir Pires, complementa as declarações afirmando que Macron busca manchar a competência da agricultura brasileira como uma tentativa de comprometer a competitividade do Brasil. "Morei na Europa de 2017, na Costa Sul da Inglaterra e na Escócia e visitei vários países para conhecer a realidade da agricultura da Europa e fato é que a Europa depende sim da soja brasileira", diz.
Pires lembra que os europeus são um dos principais clientes do farelo de soja brasileiro e que continuarão a ser dada sua dependência de matéria-prima para alimentação animal para seus rebanhos. "Principalmente no Leste Europeu não há vocação para produação de soja. E aqui temos muitas áreas para abrir, áreas de pastagens degradadas para recuperar, e essa integração Lavoura-Pecuária que irá garantir a maior oferta de grãos e carne na mesma área", explica.
Mais do que isso, as condições de clima, relevo e luminosidade não são as mais favoráveis ao cultivo da soja. "A Europa tem um clima extremamente frio em boa parte do ano, pouca incidência de raios solares e isso, para a soja, não é viável do ponto de vista de seu ponto de vista fisiológico vegetal. A Europa tem uma agricultura forte, mas entre as culturas de inverno".
Pires, que é um estudioso da cultura da soja, volta a lembrar que "Macron é um grande desinformado", afirmando, inclusive, que o presidente francês parece também não conhecer a legislação ambiental brasileira que garante que as propriedades rurais localizadas no Bioma Amazônia têm uma Reserva Legal obrigatória de 80%, além das APPs (Áreas de Preservação Permanente).
"A Europa produz soja sim, porém, a produtividade nos países como Alemanha, Espanha, Itália, é muito menor do que a brasileira. A média nacional é de cerca de 58 sacas por hectare, enquanto a média nestes países europeus está abaixo de 50 sacas por conta de caracterísiticas climáticas, regime de chuvas, luminosidade e seu limitante de área. Então Sr. Macron, a Europa vai continuar sim sendo dependente da soja brasileira", conclui Claudeir Pires.
Já em 2019, a Embrapa trouxe uma publicação mostrando que a soja brasileira tem tecnologia suficiente e eficiente para garantir um aumento de área sem pressionar áreas de florestas, mesmo com uma demanda crescente e robusta que está direcionada ao produto do Brasil.
“Apesar da extensão de área ocupada atualmente, em torno de 36 milhões de hectares, e das perspectivas de crescimento da demanda, o aumento da produção de soja é um dos grandes desafios para o país, o que vai requerer engajamento de toda a cadeia produtiva. O Brasil tem uma agenda clara de pesquisa para garantir o crescimento sustentável dessa produção, que vai ocorrer primariamente em áreas já ocupadas por pastagens, que serão liberadas pelo contínuo desenvolvimento dos parâmetros zootécnicos da produção animal e pelo aumento da produtividade dentro do próprio sistema de produção de soja”, explica José Renato Bouças Farias, chefe-geral da Embrapa Soja na ocasião.
Complementando os dados, Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja e um dos autores do estudo, afirmou ainda que "o cultivo da soja no bioma Amazônico está absolutamente fora de qualquer cenário de expansão do volume de soja produzido no país, não apenas pelas questões ambientais e restrições legais, mas também por questões econômicas, de logística, técnicas e financeiras".
"Além de preservar e manter a floresta como patrimônio nacional, o Brasil detém domínio tecnológico para dobrar a produção atual nas áreas que já cultivam soja ou recuperando áreas de pastagens degradadas" - destaca o estudo da Embrapa.
Saiba mais:
A conclusão disso tudo? Macron novamente confirmou ao mundo seus interesses econômicos, o protecionismo e os subsídios ofertados a seus produtores rurais e acima de todas as coisas: que não conhece o Brasil, os brasileiros, e muito menos um pé de soja. Melhor do que eu, disse o Dr. Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial.
Leia Mais:
+ A França pode viver sem a soja brasileira?, por Evaristo de Miranda, Embrapa Territorial
NOTA OFICIAL DA ABIOVE
ABIOVE RESPONDE DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE MACRON SOBRE A SOJA BRASILEIRA
São Paulo, 12 de janeiro de 2021
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) lamenta que o presidente da França, Emmanuel Macron, busque justificar sua decisão de subsidiar os agricultores franceses atacando a soja brasileira. Como bem sabe Macron, a soja produzida no bioma Amazônia no Brasil é livre de desmatamento desde 2008, graças a Moratória da Soja, iniciativa internacionalmente reconhecida, que monitora, identifica e bloqueia a aquisição de soja produzida em área desmatada no bioma, garantindo risco zero do envio de soja de área desmatada (legal ou ilegal) deste bioma para mercados internacionais.
NOTA OFICIAL: FPA responde declarações da França
A Frente Parlamentar da Agropecuária acompanhou com profundo constrangimento as declarações de ontem (12) do presidente francês, Emmanuel Macron, em que associa a agricultura brasileira aos crimes de desmatamento ilegal, sem nenhum dado oficial que comprove tal ilação, a não ser nosso recorde de exportação que alcançou mais de US$ 100 bilhões em 2020.
A França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano, com novas tecnologias e uma agricultura de precisão que garante duas safras/ano, responsável pelo aumento robusto de nossa produtividade ao longo dos últimos 40 anos, a um custo diferenciado para abastecimento interno e do mundo todo.
Somos uma potência agrícola por vocação e possuímos uma área de 66,3% de vegetação protegida e preservada. Dessas, 20,5% estão em imóveis rurais. De todo o território nacional, utiliza-se apenas 7,8% para lavouras e florestas plantadas. E quais são os números de ocupação de solo na França?
Alertamos que a política interna da França não pode colocar em xeque outra Nação e a legalidade de nossas políticas públicas para a agricultura como um todo. Atualmente, apenas 10% da soja brasileira é produzida no bioma Amazônico, sem contar que toda a produção está dissociada de qualquer processo de desmatamento desde 2008.
Por último, é preciso entender e considerar que, em números redondos, a União Europeia importa cerca de R$ 13 milhões toneladas/ano, das quais 5 milhões vão para a França. A produção atual dos franceses é de 200.000 t/ano irrigada e a um custo alto, ou seja, apenas 5% da demanda. Para atender, seria necessário plantar cerca de 2 milhões de hectares. Basta saber quem vai liberar essa terra toda e o impacto ambiental disto. Um discurso para atender eleitores não pode ser utópico ao ponto de não ser alcançada a autossuficiência.
Não aceitaremos acusações deste tipo. O Brasil é um grande exportador mundial de alimentos, um dos maiores responsáveis pelo abastecimento alimentar no mundo e ocuparemos nosso lugar, independente das guerras comerciais em franco desenvolvimento na França. Somos sustentáveis, cumprimos regras sanitárias e ambientais mais rígidas do que os países competidores e estamos alcançando um padrão de qualidade nunca visto antes, sem aumentar nossa área de plantio. Para a França alcançar o patamar brasileiro, teria que conquistar novos territórios ou colônias, o que a modernidade e a civilidade não permitem mais.
DEP. ALCEU MOREIRA
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária
3 comentários
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
FABIO LUIS ANZANELLO GIOCONDO Arapongas - PR
Macron não afirma por desinformação, o faz por má-fé e oportunismo.
A ABIOVE, o Ministro Hernesto Araújo e outras lideranças corretamente posicionam e respaldam nosso agronegócio com dados (relevantes informações da EMBRAPA TERRITORIAL). Desmentir esse francês o coloca em situação flagrante de político em busca de afirmação. O Brasil segue um Código Ambiental Florestal inédito e impossível de ser copiado no resto do mundo, europeus avançaram até mesmo sobre as APP´s, portanto, com exceção a propor boicotes, não tem muito a fazer pra reagir e tornarem-se independentes do nosso farelo. O medíocre sempre caminha junto com à mediocridade, observemos o francês trucador!Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
Mais uma vez o demagogo engomadinho (Macron) vem com as suas bravatas. A melhor coisa que qualquer consumidor de grãos no mundo faz para ajudar o meio ambiente é deixar a produção de grãos para nós, brasileiros. Temos a maior produtividade de soja do mundo e ainda produzimos milho, trigo ou algodão na seqüência. Fazemos duas safras por ano em grande parte da nossa área e em alguns casos até três safras. Ninguém produz mais por ha por ano do que nós e quanto mais se tira da terra, menos terra se tira da natureza. Praticamos uma agricultura de baixa emissão de carbono no sistema de plantio direto e não utilizamos irrigação, na grande maioria dos casos, preservando os recursos hídricos. Além disso, produzimos sem os pesados subsídios dos países desenvolvidos. Não existe nenhuma razão para produzir soja na Europa com um custo financeiro e ambiental muito maior que o nosso. É pura demagogia.
Todos sabem ou pelo menos deveriam saber que os maiores poluidores do mundo são, pela ordem, China, EUA e... UNIÃO EUROPÉIA! O mediterrâneo é o mar mais poluído do mundo. Sujam o mar com plástico e imundícies e sujam o ar com as suas usinas a carvão e depois vem nos acusar. É muita vigarice. A minha parte já estou fazendo: Renault, citroen, Peugeot, Carrefour, Saint Laurent, timac agro, Kuhn máquinas agrícolas, etc… tô fora.O Brasil deveria tornar esse ridículo presidente frances pessoa non grata.
Gilberto Rossetto Brianorte - MT
A ABIOVE deu ouvidos às inverdades dos Europeus, dando importância às alegações caluniosas e difamatórias de Macron. Qualquer criminalista estudioso sabe que toda ameaça ou coação só sobrevive se você cede, dá importância ou atende os pedidos. E o pior, toda vez que você atende, o ameaçante aumenta as exigências, tornando tua vida insuportável... A ABIOVE entrou na conversa fiada dos europeus. Faz quase uma década que nenhum grão de soja colhido em área desmatada no bioma amazonico vai para a Europa. Aliás só 0,80% daquele bioma é utilizado para o plantio de grãos: soja, arroz, milho, feijão etc. e esse produto é consumido naquela região. Mas eles não querem nem saber dessas informações, pelo contrário, acusam todo agricultor de deliquente ambiental, mesmo que ele jamais tenha colocado os pés na Amazonia. Quando o Brasil atender às ameaças deles, outras e outras surgirã... O que eles querem mesmo é salvar a agricultura deles e/ou comprar barato nossos produtos. Prá mim, taxava todo embarque de grãos para a Europa, começando com a França, ... 10, 15%, seria uma forma de compensação pelas calunias infundadas.
Marcos, temos um problema na Amazonia e voce precisa assistir a entrevista do Dr Evaristo de Miranda publicada neste espaço---Espero que você consiga entende-la, apesar de suas limitaçoes de comunista.
Sr. Marcos Calas, eu ia responder tua provocação, mas parece que o Sr. Hilário já o fez.
Sr. Gilberto, eu penso que isso aí não é que os caras da Abiove cairam na conversa, é outra coisa. E essa outra coisa deve ser bem convincente, para que adiram não a uma idéia, mas a uma mentalidade. Digo mentalidade por que o espirito que anima o que está por trás da idéia é o que importa para nós. Veja que hoje em dia basta que falte chuva por 20 dias que já começam a falar que foi devido a destruição das matas para o plantio e criação de animais, como se antes disso o mundo fosse uma maravilha onde o clima era perfeito, um mundo onde chovia todos os dias exatamente a quantidade necessária e com o máximo de qualidade. Eu diria que o espirito que anima as idéias dos ambientalistas é um espirito de porco. Veja, o objetivo deles não é impedir que algum louco despeje detritos de uma grande pocilga na cabeceira de um rio, o objetivo deles é salvar o mundo daqueles que produzem aquilo que é necessário para sua sobrevivencia e conforto, nunca conheci um único socialista que não adore o tal do conforto, e não só, também o luxo. O que está por trás da adesão de inúmeras entidades vinculadas a agropecuária não é somente a proteção ao ambiente, cortina de fumaça, a idéia por trás da mentalidade é a criminalização dos produtores rurais brasileiros.
Na verdade a Europa tem inveja do Brasil. Pra quem conhece um pouco de história, os europeus sempre procuraram invadir outras regiões em busca de terras. Desde os noruegueses querendo invadir a Inglaterra, portugueses e ingleses invadindo as Américas, Ritler invadindo a Rússia. Esta lei aprovada REF venda de terras para estrangeiros, não acham que tem lobby e dinheiro de europeus forçando a aprovação? Não sejam ingênuos.
Elaine, que tem lobby com dinheiro isso nao tem nem duvidas----Mas tanto os americanos, como varias naçoes europeas tem lei internas que criminalizam o suborno----Na China tambem tem essa lei entretanto parece so' vale para dentro do pais, pois apareceu muito suborno chines na Australia.