Com plantio da soja em 67,8% concluído, Argentina deverá ter próximos 10 dias de poucas chuvas
O plantio da soja na Argentina alcança 67,8% da área prevista em 17,2 milhões de hectares para a safra 2020/21, com o índice 2,5% menor do que o registrado há um ano. A informação parte da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, divulgada no Panorama Agrícola Semanal. O clima continua seco e, se em partes preocupa por conta do desenvolvimento das lavouras, por outro permite um melhor avanço dos trabalhos de campo em algumas regiões.
"A umidade escassa na superfície continua permitindo o avanço das plantadeiras em boas áreas produtoras. O déficit hídrico ao sul de Córdoba, ao norte de La Pampa e ao centro-oeste de Buenos Aires travaram os trabalhos que acontecem um pouco mais tarde. Novas chuvas serão necessárias para retomar a semeadura e permitir que os
planos regionais de plantio sejam concretizados sem afetar a projeção nacional", diz o documento da bolsa.
Ainda de acordo com a instituição, ainda faltam ao menos 2,2 milhões de hectares da chamada "soja de primeira", mas que também precisam de mais chuvas para avançar de forma mais significativa. Sobre a "soja de segunda", os trabalhos de plantio começaram, ainda de forma tímida, em algumas regiões.
A bolsa informou ainda que 50% das lavouras da oleaginosa estão em boas ou excelentes condições, 45% em condições normais e 5% em condições regulares ou ruins. Na semana anterior, eram 55%, 40% e 5%, respectivamente.
Sobre o milho, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informa que a semeadura foi concluída em 55,4% da área estimada em 6,3 milhões de hectares. Os trabalhos, todavia, estão mais concentrados à região norte do país, enquanto no sul a semeadura perde o ritmo à espera de mais precipitações.
As lavouras do cereal sofrem um pouco mais com as condições adversas de clima na Argentina e os números da instituição mostram que são 63% em condições normais, 24% em condições boas ou excelentes e 13% em condições regulares ou ruins.
PREVISÃO DO TEMPO
E para os próximos 10 dias, as previsões ainda indicam temperaturas acima da média - de 4ºC a 5ºC - e chuvas abaixo, cerca de 5% menos do que o que tradicionalmente chove no país neste período na Argentina. "Isso causa ainda mais stress às plantas, principalmente à soja", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
A Bolsa de Cereales ainda estima a safra argentina de soja em 46,5 milhões de toneladas, mas sinalizando comprometimento de seu potencial produtivo e a possibilidade da colheita ainda ser revisada para baixo. "Lembramos que o potencial de produção de soja na Argentina é de 53 a 54 milhões de toneladas", completa.
Nos mapas a seguir, do Commodity Weather Group (CWG), é possível observar que as chuvas na Argentina deverão se normalizar apenas a partir de 28 de dezembro, no período até 1 de janeiro (terceira figura). Até lá, são esperados mais dias de precipitações aquém do normal.
"Os déficits continuam até o final do mês no sul e oeste da Argentina, e há riscos esperados para cerca de 15% da área de milho", explica o boletim diário do CWG.
Nas últimas 24 horas, ainda de acordo com o instituto de meteorologia, apenas 20% das áreas produtoras de soja e milho da Argentina receberam algumas chuvas, e ainda com volumes limitados de 6,35 a 25,4 mm.
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