Boletim Carvalhaes: Mercado começa receber mais informações sobre os cafezais brasileiros
Santos, sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Depois do feriado do Dia de Ação de Graças ontem nos EUA, quando a ICE Futures US não abriu, hoje, sexta-feira, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque subiram forte desde a abertura do pregão.
Aparentemente retomaram o movimento de alta que vinha acontecendo até quinta-feira da semana passada, dia 19, quando os contratos com vencimento em março próximo encerraram valendo US$ 1,2320 por libra peso (R$866,02 por saca). No dia seguinte, 20, em um movimento de realização de lucros, esses contratos recuaram 515 pontos e perderam parte da alta da semana passada.
Nesta sexta-feira, 27, os contratos para março subiram 705 pontos e encerraram o dia valendo US$ 1,2420 por libra peso (R$ 874,85 por saca). Nos outros três dias de pregão, alternaram fechamentos em altas e baixas técnicas. No balanço da semana a alta foi de 615 pontos.
No decorrer desta semana o mercado foi recebendo mais e melhores informações sobre o mau estado de boa parte dos cafezais produtores de arábica no Brasil. As temperaturas continuam acima da média e vai ficando claro que as chuvas que estão chegando são irregulares, em diversas regiões caem em pancadas e até agora não eliminaram o déficit hídrico acumulado em muitos meses de seca. Novas avaliações da safra brasileira 2021/2022 vão sendo feitas, derrubando as expectativas de volume para 2021 e lançando dúvidas e sombras sobre a produção brasileira de café em 2022.
Nos demais países produtores de café da América Latina a situação não é melhor. Mais próximos do equador, são afetados severamente pelas mudanças climáticas e enfrentam a pandemia neste período de colheita. Como registramos em nosso último boletim semanal, nas últimas semanas a América Central foi fustigada por dois furacões seguidos que atingiram cafezais em Honduras e na Guatemala, fornecedores de cafés arábicas lavados de qualidade ao mercado mundial e à bolsa de Nova Iorque. Honduras é o grande fornecedor de cafés certificados, o mercado estima em 70%, para os estoques da ICE Futures US.
Com a forte alta de hoje, o mercado físico brasileiro apresentou-se firme, comprador. As bases de preços voltaram ao patamar da quinta-feira da semana passada, dia 19, antes da queda expressiva que tivemos nos contratos de café da ICE na sexta-feira, 20. O volume de negócios foi maior, principalmente com arábicas de boa qualidade a finos. Grande parte dos produtores decidiu ficar fora do mercado e aguardar os desdobramentos que teremos com as incertezas climáticas no Brasil e na América Latina.
Segundo informações da Nielsen, o mercado de cápsulas de café cresceu 50% de janeiro a setembro no Brasil, enquanto o de café solúvel cresceu 10% e o de capuccino, 20% (fonte: Valor On Line – agronegócios – “JDE recorre à marca Pilão para crescer no segmento premium”. Veja no clipping de nosso site).
Até dia 26, os embarques de novembro estavam em 2.193.071 sacas de café arábica, 271.527 sacas de café conillon, mais 81.427 sacas de café solúvel, totalizando 2.546.025 sacas embarcadas, contra 2.355.207 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 19, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 3.964.526 sacas, contra 3.913.306 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 20, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 27, subiu nos contratos para entrega em março próximo 615 pontos ou US$ 8,13 (R$ 43,32) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 20 a R$ 840,90 por saca, e hoje dia 27 a R$ 874,85. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 705 pontos.
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