Dólar fecha em queda de 1,12% ante real com exterior benigno

Publicado em 09/10/2020 18:15 e atualizado em 10/10/2020 19:13

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu nesta sexta-feira e acumulou a primeira queda semanal depois de um mês, com as operações domésticas espelhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, em dia positivo para ativos de risco no mundo por renovadas esperanças de estímulo fiscal nos Estados Unidos.

O dólar à vista recuou 1,12%, a 5,5268 reais na venda. Ao longo do pregão, a divisa oscilou entre 5,5846 reais (-0,08%) e 5,511 reais (-1,40%).

Na semana, a cotação cedeu 2,47%, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos, período em que subiu 6,76%. É a primeira queda semanal do dólar desde a semana finda em 4 de setembro (-1,99%) e a mais intensa desde os cinco dias terminados em 28 de agosto (-3,41%).

Em outubro, o dólar recua 1,64%. Em 2020, a moeda salta 37,73%.

O real teve o segundo melhor desempenho global nesta sessão, em que o dólar recuou frente a 31 dentre 33 pares. O índice do dólar contra uma cesta de seis rivais caía 0,54% no fim da tarde, para o menor patamar em três semanas.

Investidores seguiram otimistas com chances de algum acordo sobre mais estímulos nos Estados Unidos, ainda que as negociações desta sexta entre a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, tenham fracassado.

Os mercados emergentes, como o Brasil, podem mostrar desempenhos melhores à frente, apontaram analistas do Barclays, segundo os quais investidores estariam dispostos a colocar "dinheiro para trabalhar" conforme crescem perspectivas de uma eleição não contestada nos EUA.

"Enquanto isso, há sinais iniciais de uma melhora da crise de saúde em algumas partes do bloco emergente, visto que os casos de Covid-19 parecem ter atingido o pico em alguns dos países afetados, como Índia e Brasil", disseram.

O Barclays, contudo, ainda vê o real aquém de alguns de seus pares. "Permanecemos comprados em peso mexicano contra real e peso chileno", afirmaram. O real cai 18,7% ante o peso mexicano em 2020.

As agendas de mercado indicam um noticiário político brando na próxima semana, mas sem tirar as atenções ao Renda Cidadã. "Adicionalmente, vale notar a intenção --recém afirmada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia-- de avançar com os debates em torno da PEC Emergencial", disse o Itaú Unibanco em nota.

Do lado macro, na semana que vem o IBGE divulga os números do setor de serviços (na quarta) e o IBC-Br (na quinta), ambos de agosto.

"Os dados da pesquisa de serviços deverão mostrar crescimento no mês... O IBC-Br do período, ao trazer uma proxy agregada para o crescimento do PIB, deverá reforçar a leitura de atividade econômica forte", afirmou o Bradesco em nota.

A semana positiva para o real no agregado ocorreu em meio à divulgação de dados recordes no varejo brasileiro em agosto, bem como o primeiro crescimento da atividade de serviços (medida pelo PMI) após seis meses de retração.

Ibovespa fecha em baixa, mas tem 1ª semana no azul em mais de 1 mês

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Por Peter Frontini

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa teve leve queda nesta sexta-feira, com investidores embolsando parrte dos ganhos da véspera, mas voltou a ter desempenho semanal positivo após mais de um mês de perdas.

O principal índice da bolsa paulista caiu 0,45%, a 97.483,31 pontos. Mas na semana, registrou alta de 3,68%, após cinco quedas semanais consecutivas. O volume financeiro somou 28,7 bilhões de reais, acima da média do mês, de 25,8 bilhões.

A semana foi de novo marcada preocupações com a trajetória das contas públicas do país, com o mercado mostrando algum alívio, apesar de incertezas ainda figurarem no horizonte.

Para Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, parte do alívio nos últimos dias veio após reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com ambos prometendo voltar a trabalhar juntos na agenda econômica.

Mas "até que tenha uma definição mais clara a respeito de tudo isso, a gente continuará vendo os mercados mais voláteis", afirmou.

Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que o auxílio emergencial não será pago para sempre e que, apesar do valor baixo para os beneficiários, é muito caro para a União. Ele ressaltou que outras medidas tomadas pelo governo farão que o país volte em breve à normalidade. [L1N2H00LA]

O governo negou nesta semana intenção de estender o auxílio para os primeiros meses de 2021, assim como de prorrogar o orçamento de guerra.

Nos EUA, os índices de Wall Street subiram em meio a esperanças de mais ajuda fiscal.

DESTAQUES

- MRV ON saltou 8,5%. A empresa anunciou na quinta-feira que suas vendas líquidas atingiram o recorde de 1,97 bilhão de reais no terceiro trimestre, alta de 41% ante mesma etapa de 2019.

- GOL PN avançou 3,24%, após anunciar que ampliou a oferta de assentos em outubro, após forte expansão de venda de bilhetes em setembro. Também afirmou que deve fecha o terceiro trimestre com prejuízo e que seguirá queimando caixa no quarto trimestre. No setor, AZUL subiu 0,68%.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON perderam 3,13% e 3,3%, respectivamente, após forte alta na véspera.

- TOTVS ON caiu 1,6%, após a Linx informar que vai analisar sua nova proposta para combinação dos negócios. LINX ON teve alta de 1,57%.

- IRB BRASIL ON perdeu 7,2%, com a resseguradora tendo semana volátil, período no qual teve queda de 11,2%.

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Fonte:
Reuters

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