"Nós temos que voltar ao trabalho", diz Bolsonaro ao discutir prorrogação do auxílio emergencial

Publicado em 28/08/2020 03:06 e atualizado em 28/08/2020 03:46

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, em transmissão pelas redes sociais, que é preciso que as pessoas retornem ao trabalho, e reiterou que a prorrogação do auxílio emergencial será apenas até o final do ano, com um valor que ficará entre 200 reais a 600 reais.

Bolsonaro voltou a dizer que não é possível manter as parcelas de 600 reais devido ao custo mensal de 50 bilhões de reais, mas disse que o valor de 200 reais propostos inicialmente pelo Ministério da Economia é insuficiente.

O presidente ressalvou que o dinheiro para bancar o benefício concedido a vulneráveis e trabalhadores informais devido à pandemia de Covid-19 "não é nosso", e acaba levando a um endividamento do país.

Bolsonaro afirmou que, se os 50 bilhões de reais por mês fossem repassados ao Ministério da Infraestrutura, comandada pelo ministro Tarcísio Freitas, em um ano ele praticamente "resolveria os grandes problemas" de infraestrutura do Brasil.

Segundo o presidente, a previsão do orçamento da pasta de Infraestrutura é de 8 bilhões de reais para o próximo ano.

Bolsonaro volta a reclamar de custo de auxílio emergencial: 'É endividamento'

LOGO estadao

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar, nesta quinta-feira, 27, do custo mensal de R$ 50 bilhões do auxílio emergencial a informais e afirmou que gostaria de destinar o valor para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, investir em obras públicas. Após divergências explícitas ao longo da semana, Bolsonaro também falou que a equipe de Paulo Guedes informou que "a economia está reagindo" e que espera que isso aconteça de fato.

"Vamos prorrogar o auxílio emergencial até o final do ano. Eu falei que o auxílio de R$ 600 é muito e o pessoal bateu em mim. Mas é muito para quem paga, é muito para o País. Alguns falam 'esse dinheiro é nosso'. Não, o dinheiro não é seu, é endividamento", disse o presidente durante transmissão ao vivo nas redes sociais. Ele falou ao lado da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro, que tem participado de uma série de inaugurações públicas no país nas últimas semanas, afirmou que queria os R$ 50 bilhões do auxílio "na mão do Tarcísio". "Eu acho que, em um ano praticamente ele resolveria os grandes problemas de Infraestrutura do Brasil", disse Bolsonaro. Damares, então, interrompeu e pediu R$ 5 bilhões para a sua pasta, mas foi ignorada.

O presidente repetiu que considera "pouco" a proposta da equipe econômica para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 200 por mês, mas que os atuais R$ 600 são "muito". "A ideia é entre R$ 200 e R$ 600 até o final do ano", declarou. Sobre a ideia de estender o benefício além de dezembro deste ano, iria quebrar o Brasil e faria o País perder a confiança.

Bolsonaro critica "abuso" no número de beneficiados por Comissão de Anistia

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, em transmissão pelas redes sociais, que houve um "abuso" na concessão de indenizações pagas pela Comissão de Anistia, colocando novamente em xeque perseguições e crimes sofridos por cidadãos durante a ditadura militar.

Ao lado da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, a quem a comissão está subordinada, Bolsonaro disse que tem "muita coisa errada" entre as pessoas que tiveram indenizações aprovadas, e chegou a questionar a bandeira de luta de quem requereu indenização.

"Por que causa essas pessoas lutavam no Brasil? Por quê?", questionou o presidente, embora tenha admitido que teve gente que "sofreu alguma coisa".

"Nenhum regime é perfeito", ressalvou Bolsonaro, que é ex-militar e defensor do que chama de regime militar.

"Trinta e oito mil pessoas é gente demais, abuso", criticou ele, sobre o suposto número de beneficiários de indenizações. "Essas coisas atrasam o Brasil", reforçou.

Damares disse que já foram pagos 12 bilhões de reais em indenizações pela comissão, a maior parte por governos passados, para fazer reparação a vítimas da ditadura.

A ministra disse que o trabalho já deveria ter acabado e que ainda há casos para serem enfrentados pelo colegiado que envolvem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. "É muita ideologia ali, mas estamos aplicando a lei", afirmou ela, ao complementar que a comissão tem um corpo técnico para apreciar essas questões.

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário