Volume disponível de milho e farelo de soja no Brasil não preocupa, mas preço, sim, diz CEO do Sindirações
Com as exportações de carne suína e bovina batendo recordes, e o consumo de frango mais aquecido no mercado interno, a demanda atual por rações segue dentro do ritmo previsto pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), de acordo com o CEO da entidade, Ariovaldo Zani. Segundo ele, não há preocupação com os volumes disponíveis de insumos como milho e farelo de soja, e o fator de atenção do setor é nos preços destas commodities.
Zani afirma que até o final de 2020 e início de 2021, a produção de rações no Brasil terá insumos garantidos, mas o preço deve se manter elevado. "Não há perspectivas de que o câmbio deva ceder, o que deve continuar influenciando no preço do milho e do farelo, além de outros insumos dolarizados utilizados nas formulações, como vitaminas, por exemplo", disse.
Segundo levantamento do Sindirações de junho de 2019 a junho de 2020, os preços do milho e do farelo de soja em dólar caíram, respectivamente, 25% e 3%, enquanto em real, subiram 25% e 42%.
"O valor da ração para suínos e frangos aumentou de junho de 2019 a junho de 2020 24%, mas no mesmo período, o preço pago ao produtor pelo frango caiu 3%, e pelo suíno, recuou 10%", explicou.
Outro fator de atenção citado por Zani é a questão do consumo interno de preoteína animal já que, apesar das exportações estarem em bom ritmo, a maior parte da carne produzida fica em solo brasileiro.
"Caso o auxílio emergencial cedido pelo Governo Federal seja suspenso, é possível que haja um recuo no consumo de proteína animal, o que pode afetar diretamente nossas projeções de crescimento".
Entretanto, conforme explica o CEO do Sindirações, se o benefício for mantido e a situação permanecer como está atualmente, a expectativa da entidade é que a produção de ração para suínos aumente 5%, a para aves 3,6%, e para bovinos, 3,5%.
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