Setor do feijão entrega ao Mapa documento que pode alavancar as exportações do produto
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Entrevista com Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE sobre o Mercado do Feijão
DownloadO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento solicitou ao Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses) que elaborasse um documento apontando o atual cenário para o setor e quais seriam os principais gargalos vividos.
“Foi feito a toque de caixa ontem e eles estão processando. Isso foi pedido para várias cadeias produtivas para ver uma análise em termos de abastecimento, há uma preocupação do governo para que não falta alimentos no Brasil. Além disso, o governo está de olho no que vem acontecendo com o feijão no mundo. A gente tem visto que já havia um movimento de consumo de proteínas que vem das plantas e agora, mais do que nunca, porque carnes são caras na China, você tem esse movimento”, explica o presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders.
O presidente destaca que aumentam as publicações de especialistas relatando o consumo de pulses (feijão, lentilha, ervilha e grão de bico) e que problemas climáticos como o que aconteceu no ano passado no hemisfério norte, tornam os preços bastante caros.
Diante disso, e do dólar alto antes ao real, que permite um resultado melhor ao produtor brasileiro, a expectativa é de abertura de um caminho de exportação da produção nacional.
“Para isso o governo está de olho em quais são os problemas que o setor tem para ver onde ele consegue ajudar em dois pilares diferentes. Um deles é o que envolve recursos como seguros e financiamentos, e o outro é aquilo que tem haver com normas que travam e precisam ser aplainados. Em breve vi ser difícil vender feijão sem dizer de onde veio, isso implica na rastreabilidade”, comenta Lüders.
O Ibrafe espera que este movimento faça o setor evoluir o que era esperado para os próximos 10 anos em apenas um ano e ajude balança comercial brasileira seguir favorável, principalmente no agronegócio.
“O mundo precisa do feijão do Brasil e das colheitas especiais como gergelim, amendoim, ervilha, lentilha e grão de bico. Vem por ai um período triste para o mundo, mas o produtor brasileiro vai vender lenço para quem está chorando”, afirma o presidente da entidade.
Safra
No Paraná, a safra de feijão já acabou após as perdas devido a estiagem que atingiu o estado e a diminuição de área cultivada. A diminuição da oferta em áreas como Minas Gerais e Goiás também contribuíram para o aumento da demanda aos grãos paranaenses.
A liderança destaca que neste cenário, os feijões com umidade, com um pouco de brotado ou de soja valeram entre R$ 250,00 e R$ 280,00 e os de melhores qualidades chegaram a ser negociados entre R$ 320,00 e 340,00.
A partir de agora, o novo foco de abastecimento passa a ser o Mato Grosso, que não terá volume grande a ponte de atender a demanda do Brasil todo mantendo o atual nível de preços à R$ 320,00 e deve continuar oscilando em valores altos.
“O produtor tem na cabeça que, na atual conjuntura, o feijão carioca menos de R$ 300,00 não faz muito sentido. Se ele chega a R$ 300,00 chega comprador de tudo o que é canto porque o preço passa a ser bastante atraente para ele. Então todos vão buscar feijão no Mato Grosso, que costuma a atender o próprio estado e o Norte do país”, explica Lüders.
Confira a entrevista completa com o presidente do Ibrafe no vídeo.
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