COVID-19 derrubou produção, emprego e faturamento da indústria brasileira em março
Rio de Janeiro, 15 mai (Xinhua) -- A crise econômica causada pela doença do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil provocou uma queda da produção, do emprego, e do faturamento na indústria nacional no mês de março, informou nesta sexta-feira, a CNI.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de atividade da indústria brasileira, medido pelas horas trabalhadas de produção, baixou 1,8% em março em comparação com fevereiro, enquanto o faturamento caiu 4,8% e o emprego, 0,7%.
"Os resultados refletem os impactos da pandemia do coronavírus na indústria. Na segunda quinzena de março ocorreu o endurecimento das medidas de distanciamento social e o consumidor parou ou reduziu suas compras. Esta queda da demanda teve reflexos imediatos no faturamento", destacou a CNI.
Segundo a Confederação patronal, as medidas de isolamento social, recomendadas para combater a expansão da COVID-19, reduziram o consumo dos produtos fabricados pelas indústrias brasileiras.
"Em resposta à queda do faturamento, as empresas reduziram o ritmo de operação, levando a uma queda nas horas trabalhadas e, consequentemente, da utilização da capacidade instalada", acrescentou a CNI.
A utilização da capacidade instalada, ou seja, o nível de uso do parque fabril brasileiro, baixou 2,5 pontos em março, em comparação com fevereiro, chegando a 76%, o segundo menor valor da história, atrás apenas dos 75,9% de maio de 2018, durante a greve de caminhoneiros que paralisou o país.
BC do Brasil indica queda de 1,95% no PIB no primeiro trimestre
Brasília,15 mai (Xinhua) -- A economia brasileira registrou uma retração de 1,95% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao último trimestre de 2019, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), publicado pela autoridade monetária nesta sexta-feira.
O número foi calculado depois do ajuste sazonal, uma "compensação" para comparar diferentes períodos de um ano.
Na comparação com o resultado do primeiro trimestre de 2019, no entanto, o IBC-Br indica uma queda menor, de 0,28%, sem ajuste sazonal.
Trata-se do primeiro índice oficial a registrar o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre a atividade econômica, que começou a ser sentido no país em março.
Em meados daquele mês, São Paulo e Rio de Janeiro, os estados mais populosos e onde a COVID-19 apresentou a maior disseminação desde o início, foram anunciadas medidas para limitar a movimentação e a concentração de pessoas.
Em março, de acordo com o IBC-Br, houve uma queda na atividade econômica de 5,90% em comparação com fevereiro, segundo a medição com ajuste sazonal.
Em janeiro e fevereiro, segundo dados revisados pelo Banco Central, o índice de atividade econômica tinha registrado aumentos de 0,05% e 0,32%, respectivamente, em comparação com o mês anterior.
Nos 12 meses encerrados em março, o IBC-Br apontou um crescimento de 0,75%.
Com o impacto da pandemia, o Ministério da Economia revisou a projeção de crescimento do PIB para uma retração de 4,7% este ano.
Os especialistas alertam que os números do IBC-Br não devem ser tomados ao pé da letra, porque as estimativas do Banco Central nem sempre terminam coincidindo com os índices oficiais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2019, segundo os dados do IBGE, o PIB brasileiro cresceu 1,1%, o registro mais fraco em três anos.
Moody's mantém nota de crédito e perspectiva estável do Brasil
Rio de Janeiro, 15 mai (Xinhua) -- A agência de classificação de risco internacional Moody's manteve nesta sexta-feira a nota de crédito soberano do Brasil em "Ba2" com perspectiva estável, o que faz o país seguir dois graus abaixo do considerado grau de investimento.
A decisão contrasta com a que tomaram as duas outras grandes agências de classificação de risco, Fitch e Standard & Poor's (S&P), que embora tenham mantido a nota de crédito mudaram a perspectiva para negativa.
Apesar do momento atual de crise econômica, para a Moody's, a dinâmica recente da dívida e um ambiente mais favorável da taxa de juros oferecem um colchão adequado para administrar o aumento do endividamento das finanças públicas brasileiras causado pelos auxílios econômicos anunciados para combater os impactos da doença do novo coronavírus (COVID-19).
A agência ressaltou também que a melhora na eficácia das políticas públicas apoiará o desempenho econômico e a consolidação fiscal após a crise econômica.
"A dinâmica da dívida no Brasil mostrou alguma melhora, apoiada pela aprovação da reforma da Previdência Social, que é necessária para assegurar o cumprimento do teto de gastos e colocar a dívida pública em uma trajetória descendente", afirmou a Moody's.
"Como consequência da melhora da eficácia da política monetária, as taxas de juros caíram significativamente, melhorando a dinâmica da dívida e fornecendo suporte para os esforços de consolidação fiscal, o que resultou em um ritmo mais lento de acumulação da dívida", acrescentou o texto.
Não obstante, a Moody's considera que o impacto econômico causado pela COVID-19 adiará a agenda de reformas e provocará um aumento considerável da dívida pública este ano.
A decisão da Moody's de manter a nota de crédito soberano do Brasil deixa o país dois níveis abaixo do "Baa3", considerado como o grau de investimento.
No início do mês, a Fitch manteve a nota do Brasil em "BB-", três níveis abaixo do grau de investimento, mas revisou a perspectiva de "estável" para "negativa". Em abril, a S&P também manteve a nota do Brasil três níveis abaixo do mínimo para o grau de investimento e também revisou a perspectiva de "estável" para "negativa".
As três agências retiraram do Brasil o grau de investimento entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016, quando o país vivia a pior crise econômica de sua história.
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