Segundo IBGE, abate de suínos e aves foram recorde no 1ºtri de 2020, mas 2ºtri deve haver queda

Publicado em 14/05/2020 15:05
Analista de mercado explica que alta no número de abates ocorreu de acordo com planejamento de produção feito ainda em 2019; exportações aquecidas podem dar sustentação, mas não garantirão os mesmos resultados

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De acordo com dados preliminates da Estatística da Produção Pecuária, divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que os abates de suínos e aves aumentaram no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2019 e, inclusive, o volume acumulado nos três primeiros meses deste ano foram recordes. Entretanto, de acordo com o analista de mercado da Agrifatto, Yago Travagini, estes bons resultados não devem se repetir em 2020.

A pesquisa aponta que os abates de suínos subiram 5% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, mas quando comparado com o último trimestre de 2019, houve queda de 0,2%

No caso do frango, o avanço nos abates nos primeiros três meses deste ano foi da ordem de 4,8% em comparação ao período no ano passado. Já quando a relação é feita com o último trimestre de 2019, os abates de aves subiram 2,5%. 

Segundo o IBGE, o abate de suínos e frangos, pode ter alcançado novos recordes para um primeiro trimestre, com 11,87 milhões de cabeças suínas abatidas e 1,51 bilhão de aves.

Travagini explica que no primeiro trimestre, o coronavírus não preocupava o mundo totalmente, a China estava e ainda está aumentando fortemente o apetite por proteína animal e o mercado interno estava se recuperando, lentamente, mas estava.

A curva para as proteínas suína e de aves era de crescimento para este ano como um todo, pois a expectativa para as demandas interna e externa eram boas.

"Então esses abates do primeiro trimestre estavam ocorrendo dentro do que havia sidoplanejado em 2019, pois a cadeia de suíno e aves funciona com uma produção em linha com 90 dias (para aves) e 180 dias (para suínos)".

De acordo com o IBGE, em relação aos suínos, o peso acumulado das carcaças atingiu 1,06 milhão toneladas, com alta de 7,5% frente ao primeiro trimestre do ano passado. O resultado também representa aumento de 0,6% na comparação com o quarto trimestre de 2019.

Já o peso das carcaças de frango foi de 3,47 milhões de toneladas de carcaças. Na comparação anual, houve aumento de 3,3%, e frente ao último trimestre de 2019, o acréscimo foi de 2,0%.

Conforme o analista explica, a situação era tão diferente da atual, que o preço da carcaça suína especial em São Paulo em janeiro de 2020 bateu recorde nominal, chegando a R$ 9,00/kg, enquanto o frango congelado no atacado chegou a bater R$ 5,30/kg, também recorde nominal.

Para Travagini, os números de abate para o segundo trimestre devem cair, motivado pelo fechamento de plantas processadoras de carne por contaminação de coronavírus entre funcionários, e também por que o preço despencou de R$ 9,00/kg para R$ 5,70/kg, ou seja, deve vir um ajuste produtivo. 

"O terceiro trimestre também deve ter uma redução no abate, por que o animal que irá ser abatido lá em julho/agosto/setembro entrou em março no caso dos frangos e com a demanda interna mais lenta, o abate deve vir menor nestes dois trimestres de 2020".

O analista de mercado afirma que as exportações em bom ritmo podem dar sustentação, mas não garantem o mesmo nível de abate do primeiro trimestre.

"Não à toa o preço do suíno e do frango despencou no atacado. Se o preço cai, é por excesso de oferta ou falta de demanda, e o que está sendo feito agora é um reajuste na oferta, para se adequar ao atual nível de demanda interna que temos".

 

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Tags:
Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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