Avicultores de postura descartam poedeiras para elevar preços e driblar custos de produção
Após quedas nos preços dos ovos a partir da segunda quinzena de abril, segundo Domício Zaboti, Gerente Geral da Cooperativa de Produção Agroindustrial Avícola União (Coave), avicultores aceleraram o tradicional descarte das poedeiras mais velhas pós Quaresma, e até de algumas mais jovens. Segundo ele, a medida serviu tanto para ajustar a oferta à demanda quanto para segurar os custos de produção.
Zaboti explica que após a Quaresma, o mercado atacadista começa a pressionar para que os preços caiam, e é preciso reduzir o plantel para equilibrar a oferta de produto com a demanda enfraquecida.
Uma razão adicional é a questão dos custos de produção, puxados pela alta nos preços do milho e do farelo de soja, que acabaram deixando muitos avicultores "com medo de ficar com a conta para pagar e não terem como repassar os preços".
A alternativa já surtiu efeito, e na primeira semana de maio, a caixa com 30 dúzias do ovo vermelho está cotada na região de Nova Aurora, no Paraná, a R$ 122 no granel ou R$ 134 no estojo, alta entre R$ 7 a R$ 8 em relação à semana anterior.
No caso dos ovos brancos, a caixa com 30 dúzias subiu em torno de R$ 5, e está sendo comercializada em R$ 110 no granel ou R$ 122 no estojo.
Apesar do aumento nos preços, Zaboti conta que a margem de lucro do produtor ficou mais estreita por causa dos custos gerais em cima do preço de comercialização.
"Vai sobrar 10% do valor de comercialização na mão do produtor. No ano passado, quando o mercado também estava bom para os ovos, mas o milho estava mais barato, sobrava em torno de 15% a 20%.".
A expectativa do gerente geral da Coave é de que as próximas semanas sejam de preços sustentados para o mercado, com a demanda aumentando devido ao aumento nos preços das carnes.
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