Mercado de café: reabertura gradual começando no destino (por Rodrigo Costa)
Na Europa, a Itália e a Espanha também estão começando a “afrouxar” o isolamento social, e de pouco a pouco teremos uma melhor idéia da retomada dos hábitos de quem toma café.
O café em Nova Iorque sentiu o baque, inicialmente, foi a US$ 106.30 centavos, mas voltou para cima de US$ 110 centavos ajudado pela primeira frente fria no outono brasileiro.
Muito embora não haja o risco de geada no cinturão do café, parte das novas vendas especulativas foram recompradas antes do fim do semana e o prognóstico de chuva para a próxima semana pode atrapalhar as regiões que estão colhendo.
A chegada de cafés novos tem agradado do ponto de vista de qualidade, por mais que seja muito cedo para falar, e as fotos que circulam nos grupos de café animam pelo sempre cuidadoso manejo dado pelos produtores.
Há um certo desencaixe, entretanto, da demanda, mesmo na de curto-prazo que estava aquecida nas primeiras semanas do isolamento social, e com isso mantem os diferenciais largos.
Os torradores que ficaram receosos com um possível rompimento na cadeia de suprimento, dadas ameaças iniciais de paralisação de portos ou de uma morosidade maior do fluxo, se abasteceram com cafés disponíveis em suas praças ou anteciparam embarques, garantindo um estoque estratégico e agora aguardam o comportamento do consumo.
Por outro lado, como o Brasil entra na sua maior safra com mais de um terço da colheita já comercializada, a eventual “pressão vendedora” pode durar pouco e vir daqueles que não conseguiram aproveitar fazer vendas futuras.
O contrato “C” em Reais se mantendo próximo das máximas colabora para quem precisa vender, talvez não nos níveis mais desejados, mas não tão ruim como potencialmente poderia estar os preços dado tantas tempestades macroeconômicas.
A rede de café Starbucks anunciou a reabertura de grande parte de suas lojas nos Estados Unidos, 85%, com o objetivo de chegar em junho com 90% dos seus pontos em funcionamento – respeitando as novas regras impostas pelas autoridades para não expor seus clientes.
O desemprego americano saiu de 3.5% em fevereiro, para 4.4% em março e em abril pulou para 14.7%, tendo 20.5 milhões de trabalhadores perdido seus postos de trabalho em apenas um mês.
O patamar é o mais alto que se tem registro, acima dos 10.8% de 1948, mas abaixo do que se estima ter sido durante a grande depressão, 25%.
Mesmo assim a reação do mercado acionário acabou sendo positiva já que a expectativa era de números piores do que os divulgados na sexta-feira, sem falar de o mercado acreditar que com a reabertura da economia grande parte dos empregos sejam recuperados.
O CRB subiu nos últimos cinco dias puxado pelos ganhos de 24% da gasolina e do petróleo, tendo basicamente apenas o açúcar demerara e o gás natural como perdedores do índice.
No Brasil o COPOM surpreendeu com o corte da taxa de juros em 75 pontos básicos e a indicação de mais um corte talvez do mesmo tamanho levando o Real a uma nova mínima nominal, com o câmbio negociando a R$ 5.8760 na quinta-feira.
Temos que dar um passo de cada vez, de olho nos dados estatísticos divulgados e ajustando o leme para não ficarmos demasiadamente pessimistas e nem enganosamente muito otimistas.
Um Feliz dia das Mães com muita saúde a todos,
Rodrigo Costa*
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