Bolsonaro declara que "o povo está conosco e as Forças Armadas estão ao lado do seu governo"

Publicado em 03/05/2020 14:10 e atualizado em 04/05/2020 08:13
Em manifestação no PLanalto, Jair diz que pede a Deus 'para não ter problemas esta semana', pois 'chegou no limite'

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo de manhã, em Bras[ilia, que as “Forças Armadas” estão ao lado do seu governo e que pede a Deus que “não tenhamos problemas nesta semana” porque ele “chegou no limite” e “daqui para frente não tem mais conversa” e a Constituição “será cumprida a qualquer preço”.

“Vocês sabem que o povo está conosco, as forças armadas ao lado da lei, da ordem, da democracia, liberdade também estão ao nosso lado. Vamos tocar o barco, peço a Deus que não tenhamos problema nessa semana, porque chegamos no limite"...,

--"Não tem mais conversa, daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. Amanhã nomearemos o novo diretor da PF, e o Brasil segue seu rumo”, afirmou em discurso publicado nas suas redes sociais.

A manifestação que acontece em frente à ao Palácio do Planalto é repleta de palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal  (STF) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"O que nós queremos é o melhor para o nosso país, a independência verdadeira dos três Poderes, não apenas uma letra da Constituição. Chega de interferência, não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente", disse Bolsonaro em transmissão pelas redes sociais.

O presidente também afirmou que a manifestação é espontânea, com chefes de família, “pela governabilidade, democracia e liberdade”. Ele afirmou também que tem o povo ao seu lado e as Forças Armadas ao lado do povo pela “lei, ordem, democracia e liberdade.  

Ao defender a volta ao trabalho, o presidente disse que "infelizmente" muitos serão infectados pelo novo coronavírus, e que muitos perderão suas vidas, mas emendou afirmando que "é uma realidade, que temos que enfrentar".

-- "O País de forma altiva vai enfrentar seus problemas -- sabemos do efeito do vírus, mas infelizmente muitos serão infectados, infelizmente muitos perderão suas vidas também, mas é uma realidade, e nós temos que enfrentar. Não podemos fazer com o que o efeito colateral do tratamento do combate ao vírus, seja mais danoso que o próprio vírus", disse.

Bolsonaro também afirmou que o Brasil "como um todo" reclama pelo volta ao trabalho e que governadores "irresponsáveis" estão destruindo empregos. "Brasil como um todo reclama volta ao trabalho, essa distribuição de empregos irresponsável por parte de alguns governadores é inadmissível, o  preço será muito alto na frente, desemprego, miséria", afirmou.

Ao cumprimentar seus apoiadores da rampa do Planalto, Bolsonaro reuniu centenas de pessoas em frente ao prédio.

Na rampa do Palácio do Planalto e aos gritos de ‘mito’, ‘Moro traidor’, ‘não desista’ e ‘fechados com Bolsonaro’, o presidente afirmou em live que não irá mais admitir interferência em seu governo. A declaração é dada depois de decisões do STF que contrariaram Bolsonaro, como a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.

Manifestação

Apoiadores de Bolsonaro se aglomeram em frente ao Palácio do Planalto. Foto: André Borges/Estadão

"O que nós queremos é o melhor para o nosso País, a independência verdadeira dos três Poderes, não apenas uma letra da Constituição. Chega de interferência, não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente", disse.

Manifestação Presidente Jair Bolsonaro fala com apoiadores aglomerados em frente ao Palácio do Planalto.  Foto: André Borges/Estadão.

Reuters: Durante ato contra STF e Congresso, Bolsonaro diz que povo está ao lado do governo

(Reuters) - Após fazer aparição de quase uma hora na rampa do Palácio do Planalto para centenas de pessoas que se manifestavam a favor do seu governo e contra o STF e o presidente da Câmara neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Constituição será cumprida no país "a qualquer preço" e que o governo tem o povo e as Forças Armadas ao seu lado.

"Graças a Deus que não temos problemas esta semana porque chegamos no limite, não tem mais conversa", disse Bolsonaro, ao deixar a rampa, em live transmitida em sua página no Facebook.

"Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão, não é de uma mão de um lado só não", afirmou, acrescentando que o governo nomeará novo diretor-geral da Polícia Federal nesta segunda-feira.

Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo, em decisão liminar, citando possível comprometimento do indicado, que tem relação de amizade com a família de Bolsonaro.

O ex-diretor da corporação Maurício Valeixo foi demitido por decisão de Bolsonaro em processo que levou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro a deixar o governo acusando o presidente de querer interferir nas investigações da PF. 

Neste domingo, na rampa, onde acenou a apoiadores e pegou duas crianças sem máscara de proteção contra o coronavírus no colo, Bolsonaro ressaltou o apoio das Forças Armadas e do povo ao seu governo.

"Tenham certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas do lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia e pela liberdade, e o mais importante, temos Deus conosco. O Brasil tem tudo para dar certo, o Brasil vai dar certo", afirmou.

Bolsonaro estava acompanhado de dois dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PLS-SP) e a caçula Laurinha. Nenhum dos três usava máscaras.

A deputada Bia Kicis (PSL-DF), também na rampa, afirmou que a manifestação não defendia o fechamento do Congresso ou do STF.

"Não queremos fechar Congresso, fechar Supremo, mas que nosso presidente possa governar", afirmou. "O povo não vai deixar ministros, com canetada, impedir nosso presidente de governar."

Antes de se concentrarem em frente ao Palácio do Planalto, os manifestantes fizeram carreata na Esplanada dos Ministérios. Havia faixas de "Fora Maia", em referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e em favor de Bolsonaro. Uma enorme bandeira do Brasil foi passada por cima da grade ao grupo que acompanhava Bolsonaro, que a carregou sobre os ombros. 

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  • Bolsonaro acena a apoiadores durante manifestação na frente do Palácio do Planato 3/4/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

Profissionais do Estadão são agredidos com chutes, murros e empurrões

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram com chutes, murros e empurrões a equipe de profissionais do Estado que acompanha uma manifestação pró-governo realizada neste domingo, 3, em Brasília. O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente a rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, numa área restrita para a imprensa quando foi agredido. 

Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele. O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os manifestantes gritavam palavra de ordem como “fora Estadão”.

Os dois profissionais precisaram deixar o local rapidamente para uma área segura e procuraram o apoio da polícia militar. Eles deixaram o local escoltados pela PM. Os profissionais passam bem. Os repórteres Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estadão, foram insultados, mas sem agressões.  

Milhares de pessoas se reúnem na Esplanada dos Ministérios convocadas num ato estimulado pelo presidente. A ação ocorre após o ex-ministro Sérgio Moro prestar depoimento no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar denúncia feita por ele de que o presidente Bolsonaro utilizou o cargo para tentar ter acesso a investigações sigilosas da Polícia Federal.

Bolsonaro desrespeitou todas as normas de saúde pública ao participar da manifestação. Sem máscara, desceu a rampa do Planalto e deu uma volta em todo alambrado. O desrespeito as medidas de segurança por causa do novo coronavírus é generalizado entre os apoiadores do presidente. Assim como o presidente, grande parte da população não usa máscara. 

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 Na manifestação deste domingo, apoiadores de Jair Bolsonaro estenderam uma bandeira do Brasil na rampa do Palácio do Planalto.

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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