Teich diz não saber quando será pico de coronavírus e reitera alinhamento com Bolsonaro

Publicado em 29/04/2020 19:12

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira, em audiência virtual no Senado, que ninguém sabe quando será o pico de contaminação do novo coronavírus uma vez que ainda são necessárias mais informações sobre a doença, e reiterou estar alinhado com o presidente Jair Bolsonaro.

"Não sei e ninguém sabe", disse Teich em resposta a questionamento de um parlamentar durante a audiência sobre quando será o pico da doença, repetindo o que tem dito nos últimos dias que ainda é preciso obter mais informações.

Segundo ele, as projeções são feitas a partir de suposições com base em modelos, e não é possível elaborar um plano de longo prazo devido às incertezas que cercam a pandemia. Teich também ressaltou que as diferentes regiões do país terão momentos distintos de auge dos casos.

Teich, que assumiu o cargo em 17 de abril no lugar de Luiz Henrique Mandetta, ainda não apresentou um plano de ação abrangente para enfrentar a pandemia. Ele tem insistido na necessidade de se colher dados para definir diretrizes.

"Falta de informação é uma coisa que não te permite enxergar o que está acontecendo", afirmou, ressaltando, no entanto, que o ministério está trabalhando. "A gente trabalha e tem ação o tempo todo, e ao mesmo tempo continua colhendo informação".

O ministro foi convidado à sessão remota do Senado desta quarta-feira, por videoconferência, para falar das ações da pasta no combate à crise do coronavírus, incluindo as providências tomadas em relação a Estados e municípios.

No início da fala, Teich anunciou os novos números da pandemia no Brasil: mais 449 mortes, totalizando 5.466, e um recorde diário de 6.276 casos, o que eleva o total de infecções no país para 78.162.

Sobre a questão do isolamento social --tema que levou à demissão do ex-ministro Mandetta por discordar da posição de Bolsonaro a favor de um afrouxamento--, o ministro ponderou que é necessário avaliar particularidades regionais.

Mesmo reconhecendo que o distanciamento é uma medida conhecidamente eficaz para diminuir o risco de contágio, Teich lembrou que vai apresentar em breve as diretrizes do governo federal para os Estados abordarem o possível afrouxamento das medidas de isolamento.

Questionado diretamente se é favorável à política de isolamento, afirmou que o Ministério da Saúde nunca mudou sua orientação original a favor da manutenção do distanciamento, que foi emitida durante a gestão do ministro anterior.

"A gente, como ministério, nunca se posicionou para a saída do distanciamento", afirmou.

O ministro também reiterou seu alinhamento com Bolsonaro, dizendo que se deve à preocupação do presidente com as pessoas e a sociedade.

“O presidente, ele está preocupado com as pessoas, ele está preocupado com a sociedade, não vou discutir comportamento. Mas eu posso dizer que ele está preocupado”, afirmou, acrescentando ser essa uma das razões de ter aceitado assumir a pasta.

Na véspera, Bolsonaro reagiu com desdém ao ser indagado sobre o número recorde de mortes em 24 horas pela Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e disse que, embora lamentasse, não podia fazer nada a respeito.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", respondeu o presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, fazendo referência ao seu nome do meio.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário