Brasil supera China e chega a 5.017 mortes por coronavírus; 474 nas últimas 24h

Publicado em 28/04/2020 21:30

O Brasil registrou 474 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados atualizados nesta terça-feira, 28, pelo Ministério da Saúde. Com isso, o total oficial de vítimas da covid-19 no País chegou a 5.017, superando os números da China, marco zero da doença, que de acordo com a OMS já somou 4.643 mortes pelo vírus.

Com a atualização desta terça, o Brasil bateu novamente seu recorde de maior número de mortes por covid-19 registrados em um único dia. Já o número total de casos confirmados da doença no Brasil subiu de 66.501 para 71.886 , sendo 5.385 novos casos registrados de ontem para hoje.

Atualizado diariamente, o número de mortes registradas por covid-19 das últimas 24 horas não se refere efetivamente a quantas pessoas faleceram entre um dia e outro, mas sim ao número de mortes que tiveram o motivo de coronavírus confirmado nesse intervalo. Conforme mostrou reportagem do Estado, registros de óbito por covid-19 chegam a demorar um mês para serem confirmados.

São Paulo

Segundo informações divulgadas hoje em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, São Paulo registrou um recorde de mortes pela covid-19, com 224 óbitos, um aumento de 12% em relação ao número divulgado na segunda-feira, 27. Com isso, o Estado já totaliza 2.049 mortes, de acordo com a contagem estadual.

"Como não temos uma fila de testes, isso significa que esses novos casos foram confirmados e são desses dias, por agora", afirmou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

De acordo com o balanço, 81% dos leitos de UTI na Grande São Paulo estão ocupados. No Estado, esse índice é de 61,6%. De acordo com Germann, 1.437 pessoas estão internadas em UTI. Em enfermaria, há 1.800 pacientes internados. A taxa de ocupação nesses leitos é de 44,5% no Estado e 70% na região metropolitana.

'E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?', diz Bolsonaro sobre recorde de mortes

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 29, que lamenta, mas não tem o que fazer em relação ao novo recorde de mortes registradas em 24 horas, com 474 óbitos, ultrapassando a China no número total de óbitos pelo novo coronavírus.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse Bolsonaro, em referência ao próprio sobrenome.

Durante a entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, uma jornalista disse ao presidente: "A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19..." Foi quando Bolsonaro respondeu que não poderia fazer nada.

Nesta terça-feira, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de mortes confirmadas por covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, ultrapassou a marca dos 5 mil, chegando a 5.017. Na China, são 4.643.

Momentos depois, na mesma entrevista, Bolsonaro disse se solidarizar com as famílias das vítimas. "Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás", disse o presidente.

Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada.

Trump volta destacar quadro 'difícil' no Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que, enquanto os especialistas acreditam que os piores dias da pandemia de coronavírus ficaram para trás, o país se prepara para a "segura e rápida" reabertura da economia americana. "Nossos esforços salvaram pelo menos 30 milhões de empregos", estimou, em pronunciamento durante cerimônia na Casa Branca sobre o programa de empréstimos a pequenas empresas (PPP, na sigla em inglês).

Segundo Trump, a demanda pelo instrumento está "extremamente alta", com a segunda etapa, iniciada ontem, tendo aprovado 450 mil empréstimos, totalizando mais de US$ 50 bilhões. Já na primeira etapa, foram concedidos US$ 349 bilhões em 1,6 milhão de concessões de crédito. "Pequenas empresas ficarão em boa posição após a pandemia", garantiu.

O republicano acrescentou que acredita que a recuperação será rápida e que o quarto trimestre do ano será "tremendo" em termos econômicos. "Acho que bateremos recordes no ano que vem. Espero que possamos voltar onde estávamos (antes da pandemia). Tínhamos a economia mais forte do planeta", disse, revelando que gosta da ideia de cortar impostos na folha de pagamento para impulsionar economia.

Trump também voltou a destacar a situação "difícil" da covid-19 no Brasil. Ele disse que, embora seja um "amigo muito bom" do presidente Jair Bolsonaro, entende que o País tem registrado avanço da doença. Segundo ele, o governo tem estudado a possibilidade de obrigar a realização de testes em todos os passageiros vindos de áreas fortemente afetadas pelo coronavírus "O Brasil está entrando nessa categoria", afirmou, criticando a China por não ter contido o vírus logo no início.

Teich admite escalada da covid-19 e silencia sobre campanha contra quarentena (Estadão)

O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu nesta terça-feira, 28, o agravamento da crise do novo coronavírus, com a escalada de casos e mortes da covid-19 em diversas regiões do Brasil, que superou a China em vítimas. O ministro silenciou sobre campanha permanente do presidente Jair Bolsonaro para acabar com medidas de isolamento social.

"Há alguns dias eu coloquei que (o número de mortos e contaminações) poderia ser um acúmulo de casos de dias anteriores que foi simplesmente resgatado, mas como temos manutenção desses números elevados e crescentes, temos que abordar isso como um problema, como uma curva que vem crescendo, como um agravamento da situação", disse Teich.

Em uma declaração de apenas 16 minutos à imprensa, respondendo somente a quatro perguntas previamente selecionadas, o ministro citou as cidades de Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo como os locais que mais preocupam. Ele repetiu que o Brasil tem diferentes quadros da doença, que merecem tratamentos específicos.

Ao mesmo tempo em que Teich falava por videoconferência no Ministério da Saúde, em uma coletiva anunciada às pressas, nem meia hora antes de ocorrer, o presidente Jair Bolsonaro repetia a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que deseja o fim das quarentenas no Brasil. Ele disse que tem conversado com associações da indústria sobre o tema, mas afirmou que quem decide sobre assuntos de saúde é o ministro.

Teich reconheceu que a "situação é difícil" e afirmou que o governo federal trabalha para "dar suporte aos Estados e Municípios".

O general Eduardo Pazuello, que será nomeado secretário-executivo do Ministério da Saúde, afirmou que o País deve priorizar envio de respiradores, leitos e equipamentos de proteção a locais mais atingidos pelo vírus. "Mudou a prioridade", disse ele, sem explicar o que efetivamente foi alterado, dado que o ministério já vinha concentrando esforços, logicamente, nas regiões que mais precisam de apoio de pessoal, equipamentos e suprimentos.

Mais cedo, Teich foi cobrado por governadores do Norte sobre atrasos para entrega de produtos contra a covid-19. Pazuello disse que 185 respiradores serão enviados na quarta-feira, 29, a Estados que atravessam um cenário mais difícil neste momento.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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