USDA pode aumentar estoques de soja e milho dos EUA diante de demanda limitada
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu boletim mensal de oferta e demanda nesta quinta-feira, 9 de abril e, por mais que as notícias relacionadas ao coronavírus tenham um peso grande sobre o andamento das cotações, o impacto dos novos números pode ser considerável.
E neste reporte de abril, o USDA atualiza com mais proximidade da realidade os dados dos estoques norte-americanos, diante da atualização dos estoques trimestrais no último dia 31 de março.
"Uma surpresa pode estar nos aguardando. Os números desta quinta-feira, provavelmente, mostrarão alguma influência da antecipação da menor demanda de grãos à frente", explica Todd Hultman, analista-chefe do portal DTN The Progressive Farmer.
ESTOQUES FINAIS EUA
Os estoques finais de soja dos EUA são estimados para virem reportados entre 10,89 e 13,72 milhões de toneladas, com média das expectativas em 12,08 milhões. Em março, o número veio estimado em 11,57 milhões de toneladas.
Para o milho, as projeções variam de 45,47 a 54,61 milhões de toneladas e a média para os estoques norte-americanos é de 50,55 milhões de toneladas, contra a estimativa do mês passado de 48,06, milhões de toneladas.
Como explica Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities, o aumento dos estoques pode vir refletindo o ritmo mais lento das exportações norte-americanas em função dos impactos do coronavírus nos setores de etanol de milho e na produção de carnes.
"Diante da redução da demanda da soja e do milho, podemos ter um aumento dos estoques finais até o fim da temporada 2019/20 na soja de 4 milhões de toneladas e no milho, de 36 milhões. Mas claro que o USDA não fará todo esse corte de demanda no relatório de abril", diz.
ESTOQUES FINAIS MUNDIAIS
Para os estoques finais mundiais de soja, as expectativas do mercado variam entre 98,5 e 104,9 milhões de toneladas, com média de 101,9 milhões. Em março, os números vieram em 111,9 milhões de toneladas.
No caso do milho, o intervalo esperado pelo mercado é de 297,3 a 301 milhões de toneladas, com média de 298,5 milhões de toneladas. Há um mês, o estimado pelo USDA foram 297,3 milhões de toneladas.
SAFRA AMÉRICA DO SUL
As expectativas indicam ainda safras menores estimadas para a Argentina e o Brasil, principalmente no caso da soja. São esperadas 124,2 milhões de toneladas para a colheita brasileira, contra 126 milhões do boletim anterior, e 52,7 milhões para a Argentina, contra 55,3 milhões do reporte de março.
Para o milho, a média esperada para o Brasil é de 100,3 milhões e, para a Argentina, 49,7 milhões. Há um mês, as projeções do USDA eram de 101 e 51 milhões de toneladas, respectivamente.
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