Hortifruti: Coronavírus x Mercado de HF no Brasil
A paralisação das atividades comerciais e de serviços não essenciais à população, a fim de conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, atinge diversas regiões produtoras de frutas e hortaliças. Dentre os serviços considerados essenciais, o de abastecimento segue em operação, sendo que, conforme comunicado da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, todas as cidades paulistas foram orientadas a não interromper qualquer atividade relacionada ao abastecimento de alimentos – dentre elas, beneficiamento, processamento, escoamento, distribuição e comercialização de produtos.
Nos demais estados, onde as atividades de campo e das packing houses também seguem em operação, agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea informam que estão seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, evitando aglomerações, reduzindo a quantidade de trabalhadores, afastando profissionais com mais idade e incentivando a higienização constante das mãos e do local de trabalho, a fim de evitar a disseminação do vírus. Até o momento, cada estado e município, bem como o Distrito Federal, pode criar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias, portos e aeroportos, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgada na terça-feira, 24.
REFLEXOS NAS ROÇAS E NO ATACADO: Conforme produtores de hortaliças consultados pelo Hortifruti/Cepea nesta quarta-feira, 25, as atividades de campo estão ocorrendo normalmente em algumas regiões. Conforme já anunciado no site da HF Brasil, o maior problema registrado nesta semana continua sendo a demanda bastante reduzida, tanto no varejo (diante da recomendação de isolamento social) quanto nas roças. Sem um grande giro de vendas no comércio, compradores estão receosos em manter os pedidos no campo, já que a sobra de mercadorias poderá causar perdas e prejuízos. Com esse cenário de lentidão, alguns atacadistas têm encerrado as atividades mais cedo. No caso da cebola, por exemplo, alguns atacadistas realizam entregas, o que acaba mantendo certa liquidez no mercado.
Outro problema relatado é o frete. Conforme agentes informaram ao Hortifruti/Cepea, além da redução dos pedidos, alguns produtores que ainda precisam atender clientes estão com dificuldades em escoar sua produção aos centros consumidores por falta de transporte, como em Caçador (SC) e Venda Nova do Imigrante (ES), áreas tradicionalmente produtoras de tomate.
Diante das incertezas quanto à duração da pandemia do coronavírus no Brasil, no curto prazo, produtores ainda não estão planejando mudanças significativas para este ano. No entanto, alterações no calendário são bastante prováveis, uma vez que o cenário muda a cada momento.
MERCADO INTERNACIONAL: Por ora, as vendas de frutas e hortaliças ao mercado internacional são consideradas positivas por agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, fundamentados na associação dos HF's ao benefícios à saúde. Notícia divulgada pela Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados) informa que as exportações de frutas do Vale do São Francisco aos Estados Unidos e Europa continuam ocorrendo com certa normalidade. A preocupação, contudo, se volta ao fluxo logístico, tendo em vista que muitos países estão em quarentena e a entrada de mercadoria poderia ser comprometida pelo fechamento de fronteiras.
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