Soja e demais commodities caem forte nesta 5ª após decisões severas de Trump sobre coronavírus
A quinta-feira, 12, traz novas notícias e um novo dia de perdas generalizadas para os mercados internacionais. A classificação de pandemia do coronavírus pela OMS (Organização Mundial da Saúde) promoveu outras medidas de seguranças e preocupa muitos os mercados em todo o mundo.
O presidente americano Donald Trump anunciou que os EUA suspenderam as viagens de países da Europa por 30 dias, a partir desta sexta-feira (13). A nota do governo mostra que a medida se destina a estrangeiros que estiveram nos países da Zona Schengen nos 14 dias anteriores à tentativa de volta aos EUA.
"Tomamos uma atitude para salvar vidas em relação à China, e agora estamos fazendo o mesmo com a Europa", diss Trump durante seu pronunciamento. E o mesmo provocou uma nova reação bastante negativa, mais uma vez, entre todos os mercados.
>> Trump restringe viagens da Europa para os EUA como medida de combate ao coronavírus
SOJA E GRÃOS EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja perdia mais de 10 pontos entre os principais vencimentos, por volta de 7h40 (horário de Brasília), com o maio valendo US$ 8,61 e o julho, US$ 8,69 por bushel.
Na sequência, vinha o trigo com perdas de mais de 9 pontos entre os principais vencimentos, seguido do milho, com as baixas variando entre 3,75 e 4,25 pontos entre os contratos mais negociados.
"Como esperado, o dia amanhece pessimismta. Com o OMS declarando Covid-19 uma pandemia e os EUA suspendendo voos com a UE, a corrida para proteção dos investidores continua. Em contrapartida, o dólar deve se manter firme salvo uma atuação agressiva do BC brasileiro", explica o consultor de mercado Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da Agroculte.
PETRÓLEO
Para o petróleo, as baixas eram de de mais de 6% em Nova York e superavam 7% na Bolsa de Londres, com os barris valendo, respectivamente, US$ 30,95 e US$ 33,30.
O mercado, além dos seus fundamentos que neste momento também são negativos, continua sentindo a pressão da aversão ao risco e a fuga dos investidores para ativos mais seguros, deixando para trás todas as commodities.
"A Cerealpar, há semanas, vem alertando sobre a gravidade dos efeitos do surto de coronavírus sobre a psicologia dos mercados e seu impactos econômicos, mas uma guerra mal executada contra o medo de pânico nas populações fez com que as devidas precauções nao fossem tomadas. As consequências agora são um período mais longo até sairmos desta crise", completa Cachia.
E o consultor explica ainda que as inúmeras incertezas que continuam cercando as questões do coronavírus trazem o mercado para um cenário muito desconhecido, novo e que pode ter consequências ainda mais severas.
"Estamos em território novo, mas parece que a situação ainda pode piorar antes de melhorar no mercado internacional. Portanto, entendemos que, pelo menos até maio, os mercados tendem a continuar trabalhando de forma errática e volátil", conclui.
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