Sacrifício de machos na produção de aves de postura: a janela se estreita
Juntas, França e Alemanha querem se tornar a locomotiva que levará os demais países da União Europeia a proibir, até o final de 2021, o abate dos machos na produção de aves de postura (reprodutoras e/ou comerciais). Essa é, pelo menos, a pretensão dos Ministros da Agricultura dos dois países exposta em comunicado conjunto divulgado no final de janeiro passado.
Feitas as contas observa-se que a avicultura tem, no máximo, 22 meses para responder de forma eficiente à proibição proposta pelo francês Didier Guillaume e pela alemã Julia Klöckner. O problema é que – apesar dos esforços (ingentes) que cientistas e tecnólogos desenvolvem há anos para conseguir definir precocemente (isto é, antes da eclosão do ovo) o sexo das aves em incubação – ainda não se desenvolveu sistema capaz de garantir, a um só tempo, a produção plena das aves de postura e o não sacrifício dos respectivos machos.
Nas últimas semanas os meios de comunicação (especialmente os dedicados à avicultura) têm dado destaque a um processo desenvolvido pela Seleggt (Barneveld, Holanda) que, em resumo, analisa amostra de fluído retirado do ovo no 9º dia de incubação e, através de um reagente, determina o sexo do futuro pinto.
Não chega a representar novidade. O AviSite abordou esse processo há pouco mais de um ano (8 de janeiro de 2019), dando detalhes de seu funcionamento (vide “Berlim comercializa ovo que não mata”). Além disso, já em 2020 (23 de janeiro) divulgou matéria sobre o desenvolvimento de outro processo similar de detecção “in ovo” do sexo do pinto, através da identificação de hormônios.
Em síntese, respostas vêm sendo obtidas. Mas sem que atendam o principal: capacidade de processamento em massa. Por isso, o desafio persiste.
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