Dow Jones tem maior alta desde 2009 com investidor em busca de barganha após tombo recente

Publicado em 02/03/2020 23:08

(Reuters) - O índice Dow Jones saltou mais de 5% no fechamento desta segunda-feira, enquanto S&P 500 e Nasdaq subiram mais de 4% cada, em uma grande recuperação após a forte onda de vendas da semana passada provocada por temores sobre o coronavírus.

O mercado ampliou os ganhos nos minutos finais da sessão, o que levou o Dow a cravar a maior alta percentual diária desde 2009. S&P 500 e Nasdaq tiveram o melhor dia desde dezembro de 2018.

A recuperação ocorreu após a pior semana do mercado de ações dos EUA desde a crise financeira de 2008, que afundou os índices em território de correção na quinta-feira devido aos temores de uma recessão resultante da epidemia.

O S&P 500 ainda está 8,7% abaixo do seu recorde histórico de 19 de fevereiro. Muitos investidores consideram que o índice permanece em território de correção até voltar aos picos.

Apple saltou 9,3%, maior alta percentual diária desde 2008. A fabricante de iPhone ainda está quase 9% abaixo da máxima recorde de 12 de fevereiro.

"Podemos evitar uma desaceleração econômica, mas se ela começar a afetar a capacidade das empresas de pagar suas dívidas, isso criará problemas mais profundos. Mas me parece que os bancos centrais estão empunhando armas para encontrar uma maneira de proteger os mercados de crédito da incerteza econômica", disse Jack Ablin, diretor de investimentos da Cresset Wealth Advisors em Chicago.

Operadores veem 100% de chance de um corte de 50 pontos-base no juro na reunião de março do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.

O Dow Jones saltou 5,09%, terminando em 26.703,32 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 4,60%, para 3.090,23 pontos. O Nasdaq aumentou 4,49%, para 8.952,17 pontos.

O dia foi de forte volume de negócios nas bolsas dos EUA, com 14 bilhões de ações trocando de mãos, em comparação com uma média de 9,5 bilhões de ações nos últimos 20 dias.

Ibovespa fecha em alta com apostas de ações de BCs; Hypera dispara após aquisição

SÃO PAULA (Reuters) - O principal índice da B3 voltou a subir nesta segunda-feira, acompanhando a recuperação de ativos de risco no exterior, em meio a apostas de que bancos centrais tomarão medidas para amenizar o efeito do coronavírus na economia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,36%, a 106.625,41 pontos, tendo alcançado 107.220,02 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro totalizou 32,5 bilhões de reais.

A alta vem após o Ibovespa fechar fevereiro com queda de mais de 8%, com forte declínio na última semana do mês em razão da apreensão com a rápida disseminação do COVID-19 para vários países além da China, incluindo Estados Unidos. No Brasil, dois casos foram confirmados.

De acordo com o presidente da BGC Liquidez, Ermínio Lucci, a melhora nos mercados refletiu expectativas de que os bancos centrais do G7 vão, em algum momento, anunciar medidas de suporte às economias desenvolvidas, principalmente as autoridades monetárias dos Estados Unidos e União Europeia.

Após sinalizações do Federal Reserve na sexta-feira de que "usaria suas ferramentas e atuaria conforme apropriado para apoiar a economia", o banco central do Japão prometeu nesta segunda-feira que tomará as medidas necessárias, assim como o Banco da Inglaterra.

"Mas há muita incerteza ainda sobre o impacto econômico global por conta do surto do coronavírus, com as discussões ainda focadas em se a recuperação após o primeiro trimestre, que será bastante afetado, será em V ou em U", ponderou Lucci.

Ministros das Finanças dos países do G7 devem realizar uma teleconferência na terça-feira para debater medidas para lidar com o impacto econômico, disseram três fontes à Reuters, enquanto a OCDE alertou que o surto está encaminhando a economia mundial para sua maior retração desde a crise financeira global.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o coronavírus está se espalhando muito mais rápido fora da China do que dentro do país atualmente, o que leva o mundo a um território desconhecido, embora avalie que o surto ainda pode ser contido.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 4,6%.

Estratégias de renda variável para março compiladas pela Reuters sugerem expectativas de manutenção de volatilidade e cautela na bolsa brasileira em razão principalmente do efeito do surto de coronavírus na economia global, mas não descartam eventuais oportunidades de compra.

Preocupações com a desaceleração baseiam uma visão negativa no curto prazo pela equipe da BB Investimentos, que, no entanto, avalia que eventuais oportunidades de compra podem surgir com notícias positivas em relação ao declínio de novos casos e/ou desenvolvimento de vacina.

DESTAQUES

- HYPERA disparou 16,6%, após a farmacêutica anunciar acordo com a japonesa Takeda para comprar portfólio de 18 medicamentos de prescrição e isentos de prescrição (OTC) na América Latina por 825 milhões de dólares.

- CVC BRASIL ON despencou 10,6%, tendo de pano de fundo comunicado da operadora de turismo de que constatou indícios de erros em sua contabilidade, que se confirmados poderão significar ajustes contábeis significativos nos resultados reportados pela companhia.

- VALE ON avançou 4,63%, na esteira da forte alta do preço de minério de ferro na China, com estoques em queda nos portos indicando que as usinas siderúrgicas têm elevado o apetite pelo material e aumento de expectativas de que a China divulgue novas medidas de estímulo à economia.

- PETROBRAS PN subiu 4,7%, acompanhando a forte elevação dos preços do petróleo no mercado externo.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,31%, enquanto BRADESCO PN encerrou com ganho de 1,34%, sem tendência única no setor bancário. BANCO DO BRASIL ON cedia 0,62%.

- GPA ON caiu 10%, no primeiro pregão após migração das ações do varejista para o Novo Mercado da B3, conforme a companhia passa a negociar apenas com papéis ordinários. Profissionais da área de renda variável citaram que se tratou de um "erro de variação".

- IRB BRASIL RE ON recuou 8,72%. A resseguradora comunicou pela manhã a renúncia de Ivan de Souza Monteiro da presidência do conselho de administração, citando motivo de saúde. O cargo que será ocupado interinamente por Pedro Duarte Guimarães.

- AES TIETÊ UNIT, for a do Ibovespa, disparou 23,6%, após a Eneva enviar à geradora controlada pela norte-americana AES proposta de combinação de negócios entre as companhias que criaria uma "gigante no setor de geração" no Brasil. ENEVA ON subiu 8,44%.

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Fonte:
Reuters

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