Setor de serviços do Brasil volta a crescer em 2019 pela 1ª vez em 5 anos
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O volume do setor de serviços brasileiro recuou em dezembro pelo segundo mês seguido, mas ainda assim encerrou o ano passado com crescimento pela primeira vez em cinco anos.
Em dezembro, o setor de serviços apresentou queda de 0,4% na comparação com novembro, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o resultado mais fraco para um mês de dezembro desde 2015, quando o setor encolheu 0,7%, e a perda foi mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,3%.
Na comparação com o mesmo mês de 2018, houve alta de 1,6%, em linha com a expectativa e o melhor dezembro em seis anos nessa base de comparação.
Apesar da fraqueza nos últimos meses do ano, o setor terminou o quarto trimestre com alta de 1,4%, mostrando que a atividade ganhou força ao longo de 2019 após contração no primeiro e segundo trimestres (-0,3% e -0,2% respectivamente) e alta de 0,9% entre julho e setembro.
Assim, 2019 ficou no azul após estabilidade em 2018 e três anos de queda, registrando recuperação em um ambiente de inflação fraca no país e retomada da atividade econômica e do emprego, ainda que de forma lenta.
"Entre 2015 e 2017 a perda acumulada foi de 11% e o ganho em 2019 foi de apenas 1%. Como houve crescimento entra 2012 e 2014, é como se o setor de serviços voltasse ao patamar de 2012", disse o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo.
Entre as cinco atividades pesquisadas, quatro tiveram taxas positivas no ano passado, além de 55,4% dos 166 tipos de serviços avaliados.
Os Serviços de informação e comunicação subiram 3,3% em 2019 e exerceram o principal impacto positivo sobre o índice, devido em grande parte ao aumento da receita das empresas que atuam nos segmentos de Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet e outros serviços em tecnologia da informação.
Também registraram avanços Outros serviços (5,8%), de Serviços prestados às famílias (2,6%) e de Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,7%). Na outra ponta, Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram queda de 2,5% no volume.
Em dezembro ante novembro, foi o setor de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio que se destacou com recuo de 1,5%, pressionado principalmente pelo segmento de Transporte terrestre (-3,7%).
"Isso tem a ver com o desempenho de queda do setor de transporte, de carga e ferroviário, muito em função das perdas observadas na indústria", explicou Lobo.
O setor de serviços do Brasil acompanhou as vendas varejistas, que terminaram 2019 com crescimento pelo terceiro ano seguido, embora no ritmo mais fraco nesse triênio. Por outro lado, a indústria fechou o ano no vermelho após dois anos seguidos de ganhos.
"Para o setor de serviços crescer mais, que é mais complexo que comércio e indústria, é necessário haver um impulso no investimento do país. A queda do setor de transportes, o único que caiu em 2019, indica o ritmo da atividade e ambiente", completou Lobo.
"Não sabemos se a perda de fôlego do fim do ano vai continuar em 2020. Ainda não dá para falar em reversão de trajetória de crescimento."
Economistas veem rombo primário maior em 2020, aponta Prisma
BRASÍLIA (Reuters) - Economistas pioraram suas contas para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) neste ano principalmente por uma queda nas receitas, mas ainda com margem ante a meta fiscal, conforme relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo mediana de projeções coletadas até o quinto dia útil deste mês, a expectativa agora é de déficit primário de 86,250 bilhões de reais em 2020, sobre rombo de 82,335 bilhões de reais calculado no mês anterior.
O dado, contudo, segue confortavelmente distante da meta de um déficit de 124,1 bilhões de reais para este ano e é um pouco melhor que o rombo de 95,065 bilhões de reais de 2019, que acabou sendo piorado no apagar das luzes com a decisão do governo de capitalizar estatais.
A piora na estimativa para este ano veio na esteira de uma queda nas receitas líquidas projetadas, a 1,379 trilhão de reais (1,383 trilhão de reais antes), enquanto a conta de despesas ficou praticamente inalterada em 1,469 trilhão de reais.
Para 2021, a expectativa segundo o relatório Prisma passou a ser de déficit primário de 45,744 bilhões de reais, melhor que o patamar de 47,151 bilhões de reais no levantamento do mês passado. A meta indicada para o próximo ano é de um déficit de 68,5 bilhões de reais.
Apesar da melhoria apontada nas estimativas, o país fechará 2020 no vermelho pelo sétimo ano consecutivo, sem conseguir economizar para pagar os juros da dívida pública.
Ainda assim, os economistas consultados pelo Prisma veem a dívida em patamar bem mais baixo: 76,20% e 76,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 2021, respectivamente, ante 78% e 78,07% no relatório do mês passado.
No fim de janeiro, o BC divulgou que a dívida bruta caiu a 75,8% do PIB em 2019 sobre 76,5% em 2018, primeiro recuo em seis anos, na esteira da venda de reservas pelo Banco Central e da antecipação de pagamentos pelo BNDES ao Tesouro.
0 comentário
Argentina anuncia fim de impostos sobre produtos comprados no exterior
Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro
Montadoras de veículos elétricos e fabricantes de baterias pedem que Trump não acabe com incentivos
Dados sólidos dos EUA continuam a remodelar visões do Fed sobre ritmo e extensão de cortes de juros
Trump escolhe Steven Cheung como diretor de Comunicações da Casa Branca
Rússia restringe exportações de urânio enriquecido para os EUA