Dólar sobe no Brasil (R$ 4,34) por juros baixos; Argentina adiará pagamento de US$ 1,47 bi em bônus
O dólar voltou a fechar numa máxima histórica nesta terça-feira, chegando a superar 4,34 reais na venda durante os negócios, conforme operadores avaliaram riscos de uma recuperação mais lenta da economia que abra espaço para mais cortes de juros.
O dólar à vista fechou em alta de 0,13%, a 4,3264 reais na venda, superando a máxima anterior de 4,3210 reais na venda da última sexta-feira.
Durante os negócios, a cotação foi a 4,3420 reais na venda. Pela taxa de compra, o pico foi de 4,3403 reais, o que fez desta a terceira sessão consecutiva em que o dólar bate máximas históricas durante um pregão.
Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,07%, a 4,3320 reais.
Reservas internacionais brasileiras subiram US$ 238 milhões no dia 10, para US$ 359,166 bi
As reservas internacionais brasileiras subiram US$ 238 milhões na segunda-feira, 10, informou o Banco Central. As reservas passaram de US$ 358,928 bilhões na sexta-feira, 7, para US$ 359,166 bilhões na segunda-feira.
O resultado reflete, entre outros pontos, a oscilação do valor de mercado dos ativos que compõem as reservas, como os títulos da dívida dos Estados Unidos e de outros países.
Argentina adiará pagamento de US$ 1,47 bi em bônus em meio a crise de dívida
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina decidiu adiar até 30 de setembro o pagamento de 1,47 bilhão de dólares em principal do bônus AF20 do país, informou o Ministério da Economia nesta terça-feira, potencialmente complicando um programa mais amplo de reestruturação da dívida.
O pagamento deveria ser feito na quinta-feira. Em comunicado, o governo informou que planeja continuar fazendo pagamentos de juros do título. Mas investidores podem reprovar a alteração de condições de pagamento sem consulta prévia aos credores.
"É uma decisão unilateral do devedor, e não um movimento que cria boa vontade no mercado", disse Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do Goldman Sachs.
O AF20 denominado em peso está vinculado à taxa de câmbio da Argentina e foi emitido sob a lei do país. O papel foi originalmente emitido por um valor equivalente a 1,64 bilhão de dólares. Em 4 de fevereiro, o governo trocou 164 milhões de dólares do título por três instrumentos com vencimento em 2021.
"A amortização será adiada até 30 de setembro, a fim de permitir mais tempo para a reestruturação do título, de forma consistente com a reestruturação do restante de nossa dívida externa", afirmou o Ministério da Economia em comunicado nesta terça-feira.
O anúncio ocorreu menos de 24 horas depois de um fracasso na venda de títulos pela Argentina, que trouxe um sinal ruim para o plano do país de renovar um total de cerca de 100 bilhões de dólares em dívidas.
Tal como está, o governo já disse que sua carga de dívida é insustentável e prometeu não continuar fazendo pagamentos nos termos atuais.
O anúncio desta terça-feira também aconteceu às vésperas das negociações com o maior credor da Argentina, o Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre a estratégia do governo de sair da recessão. Essa estratégia começa com a renegociação de empréstimos do FMI e de títulos soberanos.
O presidente Alberto Fernández espera convencer o Fundo a alterar o perfil de 44 bilhões de dólares em empréstimos feitos sob um programa que evitaria o tipo de austeridade fiscal e de reformas estruturais que o FMI normalmente impõe para restaurar as finanças dos países.
As discussões entre o FMI e autoridades argentinas estão programadas para quarta a sexta-feira em Buenos Aires.
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