Temperatura noturna mais alta impacta na cor da maçã catarinense

Publicado em 06/02/2020 15:06

As noites quentes registradas em janeiro em Santa Catarina estão fazendo com que a maçã produzida em São Joaquim não apresente uma cor vermelha tão intensa. Essa característica da fruta não altera o sabor, mas o preço sim, já que a maçã é classificada por categoria: quanto mais cor, maior a categoria e maior o valor pago ao produtor. A estiagem na região e também o baixo acúmulo de frio durante o inverno impactaram no tamanho da fruta, o que também pode prejudicar o preço do produto.

A pesquisadora da Estação Experimental da Epagri em São Joaquim, engenheira-agrônoma Mariuccia Schlichting de Martin, explica que nos últimos dias a temperatura noturna está mais baixa e isso está ajudando a maçã a ganhar mais cor, porém as noites quentes que ocorreram durante o mês de janeiro atrasaram o ganho de cor aos frutos.  “O ideal para a maçã ficar mais vermelha é que ocorra maior amplitude térmica, com a temperatura noturna mais baixa e maior radiação durante o dia”, diz Mariuccia. De seis a quatro semanas antes de ser colhida, a maçã começa a sintetizar uma substância chamada de antocianina, que é um pigmento vegetal, responsável pela coloração vermelha dos frutos.

A expectativa é que a safra brasileira seja em torno de 1,1 milhão de tonelada, uma quantidade um pouco maior do que a do ano passado, porém permanece na média histórica esperada. “A produção total não foi impactada, mas o tamanho da fruta será”, diz a pesquisadora. No Brasil, 90% da produção de maçãs vermelhas se restringem às variedades Gala e Fuji.

Segundo Mariuccia, algumas práticas no manejo do pomar podem ajudar a recuperar a cor e o tamanho das maçãs. Uma delas é irrigação, que ajuda a combater os efeitos da estiagem. Também há alternativas como reguladores de crescimento, que quebram a dormência da maçã, induzindo a brotação. “Com a aplicação de reguladores, a colheita pode atrasar em duas semanas, fazendo com que a maçã cresça mais”, diz a pesquisadora. Essas alternativas aumentam o custo de produção, mas o fruticultor acaba recebendo um valor maior na comercialização da fruta.

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Fonte:
Epagri

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