Desempenho do frango (vivo e abatido) na 46ª semana de 2019
A 46ª semana de 2019, terceira de novembro, proporcionou resultados excepcionais para o frango. Mas apenas para o abatido, porquanto o vivo apresentou comportamento não só anômalo, mas totalmente inverso ao do produto final.
No que tange ao frango abatido, a valorização obtida na semana é, aparentemente, inédita. Pois, cotado em média por R$4,45/kg ao final da semana anterior, o produto (base: resfriado negociado no Grande Atacado da cidade de São Paulo) encerrou a semana passada com um preço médio de R$4,86/kg, o que significou valorização superior a 9%. Isto, ressalte-se, em apenas quatro dias de negócios, já que as transações se encerraram na quinta-feira, devido ao feriado de 15 de novembro.
Porém, ainda mais expressiva, é a expansão registrada no mês. Porque, comparativamente ao preço final de outubro passado (R$4,05/kg no dia 31), a variação acumulada em 10 dias de negociações chega a exatos 20%. Um desempenho que faz com que a média até aqui registrada, de R$4,51/kg, corresponda, nominalmente, a um recorde histórico.
Faltando agora outros 10 dias de negócios para o encerramento de novembro, é pouquíssimo provável que o mercado se comporte como há um ano atrás ou, mesmo, como nos demais meses do ano, ou seja, com retrocesso de preço na segunda quinzena.
Aponta nessa direção a forte valorização que vem sendo obtida pelas outras duas carnes, a suína e a bovina, principalmente esta última. E, como manda a tradição, aonde o boi vai, o frango vai atrás.
Isto, porém, não se aplica ao frango vivo que, opostamente ao suíno vivo e ao boi em pé, sofre os efeitos, no momento, de elevada oferta e baixa demanda, situação que conduz à baixa dos preços pagos ao produtor, agora no menor nível dos últimos oito meses.
Um dos fatores que ajudam a explicar a aparente contradição (já registrado no ano passado) está no vindouro período de Festas. Preparando-se para a maior demanda nele observada, as integrações ampliam seus alojamentos. E acabam dispondo de volume que supera sua capacidade de abate e/ou de comercialização. A válvula de escape, nesses casos, é o mercado independente de aves vivas – que além de padecer de uma baixa demanda, se vê inundado do produto integrado.
Sob tal circunstância, a cotação do produto passa a ser apenas um referencial , pois significativa parte do volume comercializado sujeita-se a descontos que, no momento, ultrapassam (interior de São Paulo) os R$0,50/kg. Em decorrência, o preço médio ora registrado, de R$3,25/kg, se encontra, teoricamente (pois o valor atual é apenas um referencial), 1,5% aquém da média de outubro passado e 7,7% acima do que foi registrado.
De toda forma, não se pode ignorar que, um ano atrás, as condições de comercialização foram muito idênticas às presentes, com muitos negócios sendo fechados à custa de descontos. Portanto, os índices de evolução reais não devem ser muito diferentes dos apontados.
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