China libera importação de frango dos EUA; exportações brasileiras não devem ser afetadas
Na manhã desta quinta-feira (14) o Departamento de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) divulgou suspensão do embargo para importação de carne de frango dos Estados Unidos. A liberação, entretanto, não deve afetar as exportações brasileiras do produto para o país asiático, de acordo com especialistas. Desde 2015 a China não importa proteína de frango dos Estados Unidos devido aos casos de gripe aviária registrados no país americano.
Em análise de mercado, a Reuters divulgou em Chicago que o milho apresenta perspectiva de alta com a possibilidade de melhoria na demanda por alimentos após a decisão chinesa.
Segundo Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, a China tem habilitado plantas para importação de proteínas (bovina, suína e de frango) em vários países, não apenas no Brasil.
-- "Isso mostra a fome que aquele gigante está vivendo. É natural que eles não se voltem apenas para o Brasil. O impacto da Peste Suína Africana foi grande, então a China está abrindo essas portas para suprir e tentar controlar essa inflação de preços que a falta de suíno desencadeou no país", explica, lembrando que o país asiático é o que mais produz e consome carne suína no mundo.
O especialista afirma que vê um impacto limitado com a liberação, já que o Brasil vive um momento muito bom para a exportação da proteína, não só de frango, mas de suínos e bovinos, para a China.
-- "2020 pode ser tão bom ou melhor que este ano para o Brasil, mas a China vai continuar comprando de outros países.
Essa notícia não é impactante mas serve de alerta ao produtor para cadenciar as vendas e aproveitar o bom momento. Vejo isso como algo paralelo, e não como um grande impacto para o Brasil", reafirmou Douglas Coelho.
Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura, concorda com a análise. Para ele, é preciso aguardar para ver como o mercado vai reagir, mas ao importar a proteína de outro país não significa que a China vai comprar menos do Brasil.
-- "Com os plantéis reduzidos em 30%, 40%, eles (China) têm que ter opções de outras carnes. Até agora, esse ano, se a gente verificar os níveis de exportações para a China, eles estão se mantendo em níveis elevados. Como eles estão precisando de muito mais proteínas, provavelmente eles vão trazer alguma complementação dos Estados Unidos para esse período de escassez maior" diz.
Outro ponto citado por Pozzer é a instabilidade da relação entre China e Estados Unidos (guerra comercial), e ressalta que a qualquer instante tudo pode mudar, e que os presidentes de ambos países podem tomar decisões "de uma hora pra outra" e reverter decisões de forma abrupta.
RENDIMENTOS
De acordo com a Reuters, a decisão da China de suspender a proibição de quase cinco anos a importações de carne de aves dos Estados Unidos deverá acrescentará 1 bilhão de dólares anualmente às exportações norte-americanas, disseram autoridades nesta quinta-feira.
"A China é um importante mercado de exportação para os criadores de aves da América, e estimamos que agora eles poderão exportar mais de 1 bilhão de dólares em aves e produtos avícolas a cada ano para a China", disse o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, em comunicado.
As aprovações para o setor avícola dos dois lados seguem ainda em meio a negociações entre os países para resolver uma guerra comercial de 16 meses, na qual cada país pagou tarifas de bilhões de dólares em mercadorias uns dos outros.
Melhorar o acesso aos produtos agrícolas dos EUA no mercado chinês tem sido uma parte crítica das negociações, com a remoção de barreiras não-tarifárias vistas como chave para alcançar o objetivo de Donald Trump de dobrar as vendas agrícolas para a China.
EUA esperam elevar exportação de carne de aves à China em US$ 1 bi após fim de embargo
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A decisão da China de suspender a proibição de quase cinco anos a importações de carne de aves dos Estados Unidos deverá acrescentará 1 bilhão de dólares anualmente às exportações norte-americanas, disseram autoridades nesta quinta-feira.
"A China é um importante mercado de exportação para os criadores de aves da América, e estimamos que agora eles poderão exportar mais de 1 bilhão de dólares em aves e produtos avícolas a cada ano para a China", disse o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, em comunicado.
A alfândega da China informou nesta quinta-feira que suspendeu restrições à importação de carne de aves dos Estados Unidos, com efeito imediato.
O plano para suspender a proibição ao produto norte-americano foi anunciado pelo Ministério do Comércio da China no final de outubro, mas a publicação no site da administração aduaneira é um reconhecimento formal da reabertura do comércio.
A reabertura do mercado ocorre em momento em que a China enfrenta uma escassez sem precedentes de proteínas, depois da epidemia de peste suína africana matar milhões de porcos no país, maior consumidor global de carne suína.
O aval para a retomada do comércio acontece depois de o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos EUA alterar o Registro Federal na semana passada para aprovar as importações de produtos avícolas derivados de aves na China.
As aprovações para o setor avícola dos dois lados seguem ainda em meio a negociações entre os países para resolver uma guerra comercial de 16 meses, na qual cada país pagou tarifas de bilhões de dólares em mercadorias uns dos outros.
Melhorar o acesso aos produtos agrícolas dos EUA no mercado chinês tem sido uma parte crítica das negociações, com a remoção de barreiras não-tarifárias vistas como chave para alcançar o objetivo de Donald Trump de dobrar as vendas agrícolas para a China.
A China proibiu aves e ovos dos EUA em janeiro de 2015 devido a um surto de gripe aviária, e as importações caíram naquele ano para um quinto dos 390 milhões de dólares importados em 2014.
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