Frango, ovo, milho e inflação em outubro de 2019
Considerados os três produtos analisados – frango vivo, ovo e milho – apenas o primeiro continuou registrando evolução de preço negativa em relação à inflação, que – pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas – foi pouco além de meio por cento em outubro.
Mas o que mais chama a atenção é o fato de – como já havia ocorrido no primeiro trimestre deste ano – o milho voltar a registrar evolução relativa de preço superior à do frango vivo.
De certa forma, os dois produtos mantêm a mesma paridade de preços registrada em meados de 1994, ocasião em que se implantou no País o atual padrão monetário, o real.
Rememorando, à época uma tonelada de frango vivo gerava receita suficiente para adquirir justas 4,700 toneladas de milho. Hoje, o volume de milho adquirível com o mesmo volume de aves vivas está em cerca de 4,550 toneladas - 150 quilos ou 3% a menos.
Mas o que preocupa, neste caso, é que o milho vem demonstrando uma tendência (de alta) sem, doravante, perspectivas de reversão, enquanto o frango permanece com os preços estagnados há quatro meses.
Naturalmente, a situação do frango vivo é muito mais cômoda que a do ovo, cuja paridade de preços em relação ao milho desapareceu há muito tempo. Assim, enquanto em 1994 uma caixa de ovos (branco, extra) adquiria pouco mais de 2,5 sacas de milho, hoje essa capacidade está reduzida a apenas 1,6 saca – 35% a menos. O que, dito de outra forma, significa que hoje o produtor necessita de um volume de ovos quase 55% maior para adquirir a mesma quantidade de milho de 1994.
Dispensável dizer que, apesar de tudo, os três produtos perdem de longe para a inflação acumulada nesses pouco mais de 25 anos e que, pelo IGP-DI, acumula variação de 632% - 35% a mais que o milho, 40% a mais que o frango vivo e quase 140% a mais que o ovo.
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