Demanda por feijão recua até 30% e reduz fluxo de comercialização. Oferta restrita mantém mercado firme
O consumo de feijão recuou em até 30% e consequentemente reduziu o fluxo de comercialização no país. A oferta restrita mantém o mercado firme e apesar de registrar preços considerados é preciso analisar e entender a redução na demanda. Nesta terça-feira (22) o Notícias Agrícolas conversou Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE para entender melhor o que o produtor de feijão pode esperar do mercado nos próximos dias.
Segundo Marcelo, na última semana os preços chegaram a ser negociados por cerca de R$ 190,00 e nesta semana foram comercializados entre R$ 175 e R$ 180. O especialista explica que principalmente os empacotadores vêm reclamando de que as vendas entre 15 de setembro e 15 de outubro caíram entre 25% e 30% em algumas regiões, quando comparadas com o mesmo período no passado. "Isso tem um impacto grande e se não fosse essa diminuição no consumo os preços poderiam estar acima desses valores", analisa.
Lüders afirma que atualmente há uma ideia generalizada no mercado de que o poder do mercado vem mudando de mãos ao longo dos anos. "Significa que quem tem muito poder hoje são os atacados e os atacarejos. O modelo de negócio do atacarejo concentra um volume maior e isso tira das mãos dos empacotadores e do produtor parte do poder de negociar", explica.
Segundo Marcelo, sempre que uma crise chega ao ponto de atingir também mercados como o do feijão é preocupante, mesmo que o governo esteja fazendo ações para que a economia avance. "É preocupante, na semana passada nós vimos um alerta que o mundo inteiro vem ganhando uma quantidade de pessoas que passam fome. E para nossa surpresa, há registros, a serem confirmados, de que existe subnutrição já no nosso país e ié diretamente com nosso produto", comenta.
Ele afirma ainda que não é uma questão de preço que inibe o mercado no momento, reforçando que é importante que o mercado tenha fluidez, com uma demanda mais forte. "O que a gente tem percebido desde os produtores até o varejo é de que a reclamação não é de preço, é de demanda", afirma.
Confira a entrevista completa no vídeo acima
Marcelo ainda fez um alerta para os produtores. Alerta do Ibrafe para quem está planejando diversificação para exportação é que não produza sem a certeza da compra. Confira no link abaixo:
0 comentário
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Ibrafe: Feijão-carioca por um fio
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso