BC promete para breve regulamentação do open banking; novas fintechs devem entrar no mercado brasileiro

Publicado em 08/10/2019 22:52

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central deve levar a audiência pública em breve a regulação do open banking, que dá aos clientes de bancos o poder sobre seus dados financeiros, e o Brasil terá uma implementação abrangente do modelo, disse um diretor da autoridade monetária.

"Em breve vamos levar à audiência", disse nesta terça-feira o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, em palestra no seminário FintechView 2019.

Etapa final da campanha do BC para estimular a concorrência no setor financeiro, o open banking terá no país um modelo similar ao inglês, disse Damaso, explicando que o sistema permitirá que pessoas possam acessar num único ambiente serviços financeiros que tenham em diferentes instituições.

"O open banking tem potencial para fazer no sistema financeiro o que a internet fez para as comunicações", acrescentou Damaso.

Antes do open banking, o BC deve consultar o mercado ainda neste ano sobre a norma para registro eletrônico de duplicatas. Para Damaso, o registro de títulos de dívida em infraestruturas de mercado, como as da B3, devem impulsionar a oferta de crédito para pequenas e médias empresas no país nos próximos anos.

Damaso previu que umas cinco empresas de infraestrutura de mercado estejam operando nos próximos anos.

Outro assunto de regulação do BC que vai para consulta pública nos próximos meses é o chamado sandbox, aparato que permite monitorar instituições de menor porte com regulação mais flexível, disse ele.

O diretor do BC disse esperar que, nos próximos meses, "várias novas fintechs" devem entrar no mercado brasileiro.

Brasil está fazendo lição de casa para atrair investidor, vê BNP Asset Management

BNP Paribas Asset vê estabilidade econômica no Brasil no médio prazo
  • O Brasil experimenta um momento quase único, com perspectiva de estabilidade econômica no médio prazo, e está fazendo a lição de casa para atrair investidores de forma sustentada, avalia o presidente-executivo da BNP Paribas Asset Management Brasil, Luiz Sorge. (REUTERS/Paula Arend Laier)

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil experimenta um momento quase único, com perspectiva de estabilidade econômica no médio prazo, e está fazendo a lição de casa para atrair investidores de forma sustentada, avalia o presidente-executivo da BNP Paribas Asset Management Brasil, que considera viável a possibilidade da casa elevar em dois dígitos os ativos sob gestão nos próximos 12 meses.

"É plenamente factível a gente chegar daqui a um ano com 70 bilhões de reais", afirmou Luiz Sorge em entrevista à Reuters, acrescentando estar otimista com o cenário para o país. Atualmente, a BNP Asset tem cerca de 60 bilhões de reais sob gestão.

Para o executivo, a perspectiva de uma taxa de juros nominal entre 5% e 6% nos próximos dois ou três anos é suficiente para despertar apetite de investidores, em meio ao andamento da pauta econômica, não apenas do lado macro, mas também medidas micro.

"Nós estamos fazendo nossa lição de casa pra continuar em uma trajetória de recuperação dos fundamentos macroeconômicos que poderão gerar atratividade continuada para ativos brasileiros", disse Sorge, destacando que esse trabalho precisa continuar, principalmente para que o país se destaque em relação a outras economias emergentes.

Na visão de Sorge, investidores brasileiros ainda não estão tomando risco, assim como os globais. Ele acrescenta que o Brasil está melhor do que no passado recente, mas tende a ser contaminado por turbulências externas geradas por preocupações com crescimento das principais economias, guerra comercial e Brexit.

"É difícil ficar muito otimista no curto prazo... Porém, se fizermos a lição de casa, quando o investidor global for olhar aonde ele pode gerar 'alfa' e se ele olhar emergentes na América Latina, por exemplo, (o Brasil) tende a se destacar", avaliou. "Mesmo com um mundo andando de lado, sofrendo um pouco, no relativo a outros emergentes, podemos nos destacar."

O executivo também ressaltou que muitos agentes estrangeiros estão aguardando uma retomada mais consistente da atividade econômica para alocar recursos no país.

ESTRATÉGIA DIGITAL

A fim de usufruir do ambiente mais favorável para a diversificação de investimentos no Brasil dado o ambiente de juros em mínimas históricas, a BNP Asset Management está trabalhando para fechar uma parceria com um agente local para oferecer aconselhamento 100% digital, que o executivo espera estar estabelecida no primeiro trimestre de 2020.

"Nós acreditamos que há uma carência e uma necessidade no mercado local em relação ao aconselhamento de clientes", observou Sorge, destacando que a ideia é mesmo massificar o acesso a isso, uma vez que, se houver uma evolução na diversificação de portfólios, esses participantes precisarão estar preparados para investimentos mais sofisticados.

A BNP Asset Management também está em fase de elaboração de um novo fundo de infraestrutura, contou Sorge, sem detalhar, apenas estimando que haverá apetite do investidor local também para produtos estruturados. O novo fundo deverá ser fechado e deverá comprar debêntures de projetos.

A gestora já tem um fundo estruturado de infraestrutura de cerca de 500 milhões de reais. É um fundo de renda fixa aberto e compra debêntures de infraestrutura.

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Fonte:
Reuters

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