Bayer vai testar cobrança por ganho de produtividade na soja
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Daniel Olivi, do Notícias Agrícolas, participou nesta terça-feira (1) do Future of Farming Dialogue organizado pela empresa Bayer. O primeiro dia de evento aconteceu em Monheim, na Alemanha e reuniu agricultores, acadêmicos, especialistas globais do setor e jornalistas para debater sobre o futuro da agricultura.
O presidente da Divisão Crop Science, Liam Condon apresentou durante entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas uma informação importante e que pode impactar diretamente o agronegócio no Brasil. Segundo ele, uma das propostas de inovações da Bayer Mundial é implementar a ideia de um ganho através do aumento de produtividade. Caso um produto ou técnica seja aplicada e traga um acréscimo de produção, o valor poderá ser dividido e caso a produtividade não seja alcançada, o produtor não precisará pagar pelo produto.
Segundo o presidente, a inovação já foi testada nos Estados Unidos e também será testada em breve no Brasil. Questionado se o novo modelo pode ser um substituto das cobranças de royalties, o presidente afirma que a troca poderá ser desenvolvida com o tempo. "Eu não sei se é um substituto, mas os royalities são pagamentos para se ter acesso à tecnologia, mas sendo royalities ou pagamento por produtividade eu acho que será algo desenvolvido com o tempo porque no final do dia, o mais importante, é pagar pelo resultado final e não pela semente (início)", afirma.
Condon destaca ainda que é importante que o produtor brasileira esteja disposto a investir nas inovações para que os lucros e resultados sejam cada mais altos e positivos nas lavouras. "Se alguém não quer comprar produto não deveria fazê-lo, mas nós gastamos muito dinheiro desenvolvendo inovações. Esse investimento precisa ser recebido de volta. Se não puder cobrar por esse investimento então não teremos novas inovações", afirma.
Ele destaca ainda que a inovação precisa acontecer mesmo sem parcerias, reforçando mais uma vez que elas são fundamentais para o bom desenvolvimento. "Eu acredito que não existe inovação de graça. Inovação custa dinheiro e precisa ter um custo justo e assim investir os valores refletidos em inovação", completa.
Confira a entrevista na íntegra:
Future of Farming Dialogue
“A agricultura precisa alimentar um mundo crescente sem esgotar o planeta”, disse Liam Condon, membro do Conselho de Administração da Bayer e presidente da Divisão Crop Science. “São necessárias inovações revolucionárias para que os produtores possam produzir alimentos em quantidade suficiente para uma crescente população mundial enquanto ainda se preservam recursos naturais", afirmou o presidente durante a palestra de abertura.
A Bayer debateu sobre inovação, tecnologia e soluções para o agricultor. Os tópicos sob discussão incluem ainda a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a produção de alimentos e a preservação de nosso planeta; demandas dos consumidores por uma dieta saudável sem impacto negativo no meio ambiente; e a importância de ferramentas de proteção de cultivos para uma agricultura sustentável.
Liam Condon destacou ainda a importância do produtor estar ligado às novas tecnologias para evitar um desempenho negativo nas lavouras. "Existem diferentes modelos e exemplos no USA e na Europa, diferentes plantações. Enfim, como um exemplo, nos USA, os plantadores de milho, se eles usarem um fungicida eles terão um ano melhor do que se eles não usarem o fungicida. O problema é que, se eles usarem o produto, em alguns casos, eles podem ter um resultado negativo. A maioria quer evitar o resultado negativo, então a possibilidade de realmente tentar um fungicida nesses casos é relativamente pequena porque eles não sabem quando usar para evitar esse possível resultado negativo", explica.
Daniel Olivi durante entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas, direto da Alemanha
Ele destaca também a importância da base de informações e conhecimento específicos para que agricultura tenha, de forma natural um crescimento significativo, além de positivo. "Um dos requisitos é que tenhamos informações específicas, para produtores específicos em seus campos para que possamos ajudar a modelar e recomendar para que haja confiança nas capacidades previstas e assim fazer essa promessa a um produtor. É por isso que a plataforma de base de informações dos campos são tão importantes porque são eles que coletam as informações para sabermos o que acontece no campo", comenta.
Durante o evento Condon destacou três compromissos que a Bayer está disposta a lidar até 2030, enfrentando três grandes desafios, sendo eles: reduzir o impacto ambiental da proteção de cultivos em 30% ao desenvolver novas tecnologias que permitam que os agricultores reduzam os volumes de proteção de cultivos e se capacitem para uma aplicação mais precisa, reduzir em 30% as emissões de gases do efeito estufa produzidos pelos sistemas de cultivos que mais os emitem nas regiões em que a Bayer atua e Capacitar 100 milhões de agricultores de pequeno porte em países em desenvolvimento.
3 comentários
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R L Guerrero Maringá - PR
Nós, produtores brasileiros, não queremos subsídios dos nossos pagadores de impostos justamente para não virarmos uma espécie de "funcionários públicos ocultos", como nossos colegas europeus.
Agora, num ato de europeisse deslumbrada, vem o chefão da Bayer querer que viremos seus, pior que funcionários, "agricultores de teste" de seus produtos? Quando é que afinal, teremos mecanismos legais para declararmos alguma multinacional como "persona jurídica ingrata" em nosso Brasil?As vezes eu tambem sofro desses ataques sentimentais nacionalistas do sr. GUERREIRO... Porem olho ao redor e nao vejo nenhuma outra empresa do tamanho e da competencia da Bayer... No fim, somos escravos porque nao temos cabeça... -Vejo o governo reservar uma parte do dinheiro para o desenvolvimento cientifico, porem alguem consegue enxergar algum resultado?? Alguns anos atras constatei que esse dinheiro era usado para pesquisar a utilizaçao do oleo de abacate como combustivel... Sendo que no mercado esse oleo ja' e' mais caro que o azeite, portanto inviavel de antemao... Sao coisas de arrepiar... Sr GUERREIRO, temos de engolir esses sapos porque somos incompetentes... Esta e' a verdade que dói...
VINICIUS CAETANO MARTIN Curitiba - PR
Ainda bem que ja existem muitas alternativas a tudo isso. A dependência de um sistema de produção é a pior opção e muitos grandes empresários do agronegócio ja acordaram para isso. Hoje tem alternativa para produzir sem usar agrotoxicos em grandes áreas...mas é preciso vontade de mudar. A relação de dependência que se estabelece entre quem tem um produto e quem consome acontece em todos os mercados. Que venham as taxas...assim mais gente vai sair logo deste processo de dependencia. Interessante a abordagem do Liam Condon...até parece que os agricultores não sabem produzir sem eles....realmente não da pra entender.
Paulo Roberto Espires Maringá - PR
A industria automobilistica tem inovação tecnologica todo dia e nao tem essa de cobrar se o carro é bom ou nao..., nos livramos da Monsanto e agora a Bayer vem com essa conversa de cobrar na produtividade... nós ja compramos os produtos e pagamos caro sem essa maracutaia. Espero que a Aprosoja fique atenta a essas falcatruas!!!!!
O que estas empresas deveriam se preocupar primeiramente é dar garantias para que os produtos correspondam a tudo o que é pregado nos " Dias de Campos, ou nas Campanhas de vendas " dos seus produtos .
Outra coisa é desde de já boicotar produtos de determinadas empresas com estas ideias.
Por outro lado deveriam garantir a produtividade .
A Bayer que desenvolva a tecnologia e coloque o preço que bem entender, e deixe que o produtor avalie se o custo/benefício eh satisfatório no seu negócio...
Já começaram fazer algo pra nao deixar de arrecadar quando acabar o royalty da Intacta.
Querem ser socios do produtor sem correr os riscos de plantar...