Café arábica cai 200 pts nesta 5ª em NY em movimentação técnica e com pressão do câmbio
Os futuros do café arábica encerraram esta quinta-feira (19) com queda de 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado externo acompanhou as oscilações do dólar ante o real e passou por ajustes ante as recentes valorizações.
O vencimento dezembro/19 teve queda de 200 pontos, a 98,35 cents/lb e o março/20 anotou 101,95 cents/lb com 200 pontos de perdas. O contrato maio/20 recuou 200 pontos, a 104,25 cents/lb e o julho/20 perdeu 200 pontos, a 106,30 cents/lb.
De acordo com o site internacional Barchart, os futuros do café caíram para mínimas de uma semana acompanhando o câmbio. "Um real mais fraco incentiva as vendas café do Brasil para exportação, além do suprimento global", disse.
Às 16h47, pouco depois do fechamento do café na ICE, o dólar comercial registrava alta de 1,37%, cotado a R$ 4,159 na venda, acompanhando o corte da Selic pelo Banco Central, o que gerou surpresa nos envolvidos de mercado.
"A queda da Selic e a previsão de outro corte na próxima reunião têm como consequência a queda também da rentabilidade da arbitragem de taxa de juros ('carry trade'), o que afeta diretamente o mercado de câmbio", disse à Reuters Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
Depois de estabilidade na sessão anterior, os contratos do arábica na ICE também recuaram de forma moderada nesta quinta-feira em movimentos de ajustes. O mercado disparou nos últimos dias com preocupações diante das condições climáticas no Brasil.
Diversas áreas produtoras de café no país estão sem chuva há meses e enfrentam altas temperaturas. Esse cenário ocorre em um momento de proximidade das principais floradas da safra 2020/21. As atenções também estão voltadas para a ferrugem.
"A situação das lavouras está ficando bastante complicada... Se não tivermos precipitações até o final da próxima semana a situação fica muito catastrófica", afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.
Na Colômbia, a situação climática também preocupa. A FNC (Federação Nacional dos Cafeicultores) do país fez ajuste temporário no fator de rendimento básico do café, passando de 92,80 para 94 nas compras realizadas pela FNC por meio de cooperativas e a Almacafé, empresa ligada à entidade.
Leia mais:
» Federação dos cafeicultores da Colômbia ajusta temporariamente fator de rendimento por clima
Mercado interno
Depois de ganhos expressivos nos últimos dias, os tipos de café mais negociados passaram a registrar queda nesta semana e os negócios diminuem. "As cotações do café arábica tiveram forte alta na maior parte dos últimos dias, impulsionadas pelo avanço dos valores externos do grão e do dólar", destacou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Varginha (MG) com saca a R$ 484,00 e queda de 1,02%. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,17% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 – estável. A oscilação mais expressiva no dia foi em Varginha (MG) com queda de 1,14% e saca a R$ 435,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 440,00. A maior oscilação foi em Patrocínio (MG) com alta de 1,14% e saca a R$ 435,00.
Na quarta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 432,57 e alta de 0,15%.
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