Café arábica cai para 92 cents/lb nesta 6ª em NY com dólar e informações da oferta
As cotações futuras do café arábica encerraram esta sexta-feira (16) com queda de mais de 150 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado sentiu pressão das oscilações cambiais, mas também repercute informações sobre a oferta.
O vencimento setembro/19 fechou a sessão com queda de 170 pontos, a 92,85 cents/lb e o dezembro/19 anotou 96,35 cents/lb com perdas de 165 pontos. O março/20 caiu 160 pontos, a 99,90 cents/lb e o maio/19 perdeu 155 pontos, a 102,30 cents/lb.
O mercado na ICE acompanhou de perto durante toda a semana as oscilações do dólar ante o real. Nesta sexta-feira, não foi diferente. Por volta das 16h30, pouco antes do fechamento, o dólar comercial subia 0,29%, cotado a R$ 4,002 na venda.
"Os investidores viram que exageraram na queda no dia anterior e agora estão ajustando as posições. Como o território doméstico está sob controle, o mercado passa a ter uma volatilidade de cautela pautada pelo exterior", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesa sobre os preços externos da variedade. O Brasil é o maior produtor e exportador da variedade arábica.
Para o site internacional Barchart, operadores também acompanharam informações da oferta. "Os dados da Green Coffee Association mostraram na quinta-feira que os estoques de café verde dos EUA aumentaram 3,8% de um ano para o outro, a 7,099 milhões de sacas".
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que floradas da safra 2020/21 já ocorrem sobre áreas de arábica do Brasil. Produtores de conilon também informam o evento no Espírito Santo.
"Algumas flores pontuais já ocorreram em várias regiões em julho... na última semana, precipitações foram observadas em São Paulo e em algumas localidades do Sul de Minas e, com o aumento das temperaturas nessa última semana, novas florações poderiam ocorrer", disse o centro.
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Mercado interno
O mercado brasileiro teve uma semana bastante calma com produtores à espera de melhores patamares de preço. Algumas praças de comercialização tiveram quedas nas cotações dos principais tipos nos últimos dias acompanhando o exterior.
"Os preços são considerados insatisfatórios no spot, deixando grande parte dos vendedores concentrada nas entregas já programadas – esses agentes consultados pelo Cepea devem voltar ao mercado com maior força entre o final de agosto e setembro", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 465,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças foi em Lajinha (MG) com alta de 2,35% e saca a R$ 435,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável) e Varginha (MG) (+2,44%), ambas com saca a R$ 420,00. A praça mineira teve a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 416,00 – estável. A maior variação foi registrada em Lajinha (MG) com alta de 3,75% e saca a R$ 415,00.
Na quinta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 409,13 e alta de 0,16%.
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