IBGE reduz previsão de safra de café do Brasil, enquanto colheita segue para o fim
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá produzir 52,1 milhões de sacas de café em 2019, estimou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), queda de 1% ante a estimativa do mês anterior, com uma colheita menor do que o esperado em Minas Gerais e no Paraná.
Para o café arábica, a produção foi estimada em 36,7 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 1,4% em relação ao mês anterior.
"Em Minas Gerais, na passagem de junho para julho, a estimativa da produção declinou 1,7%... No Paraná, a estimativa da produção também apresentou declínio de 5,8%", disse o IBGE em nota.
Na comparação com o ano passado, a produção total de café (arábica e robusta) do maior produtor e exportador global deverá cair 13,1% --em 2018 o país estava no ano positivo da bienalidade do arábica.
"Em relação a 2018, a produção do café arábica recuou 18,2%, o que é esperado em um 'ano de baixa', devido à bienalidade característica da espécie", disse o IBGE.
Segundo o órgão, à medida que os trabalhos de colheita avançam no campo, "tem-se um quadro mais fidedigno da produção cafeeira do país".
"Como, para a atual safra, os preços não se encontravam tão atraentes, possivelmente muitos produtores reduziram os investimentos em adubação e em outros tratos culturais, resultando em uma produtividade menor", destacou em relatório.
Para o café robusta, mais conhecido no Brasil como conilon, a produção foi estimada pelo IBGE em 15,3 milhões de sacas de 60 kg, estável ante o mês anterior, mas com aumento de 2,3% ante 2018.
COLHEITA SUPERA 90% DO TOTAL
A colheita de café da safra 2019 havia atingido 93% do total até o dia 6 de agosto, informou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado. Na semana anterior, o índice era de 89%.
A Safras, contudo, tem uma projeção superior à do IBGE, prevendo 58,9 milhões de sacas de 60 kg para a colheita total.
A colheita está adiantada em relação ao ano passado, quando 88% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão adiantados frente à média dos últimos cinco anos, que é de 84%, acrescentou a consultoria.
"Em muitas fazendas os trabalhos, praticamente, já terminaram, restando apenas a varreção. E alguns produtores não estão fazendo varreção, por não compensar financeiramente", disse o consultor de Safras, Gil Barabach, em nota.
Quebra de renda (grão miúdo) e qualidade da bebida seguem com as principais queixas dos produtores, disse o analista.
"Dificuldade com cereja deve ser uma característica dessa temporada, por conta das floradas irregulares e amadurecimento muito rápido, o que impediu que o produtor fizesse uma colheita em ponto apropriado para o preparo de cereja", disse ele em nota.
Operadores relataram à Reuters, em julho, que o Brasil está produzindo menos café de alta qualidade neste ano, apesar de uma safra relativamente grande para um ano de baixa, devido ao clima irregular, o que tem afetado alguns comerciantes que contam com o produto.
A colheita de arábica alcançou 91% da produção projetada em 40,70 milhões de sacas. No conilon, já foram retirados dos pés 99% da produção deste ano, estimada pela consultoria em 18,20 milhões de sacas.
(Por Roberto Samora)
0 comentário
Valor bruto dos Cafés do Brasil produzidos na Região Sudeste totaliza R$ 62,24 bilhões no ano-cafeeiro de 2024
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
Mercado cafeeiro fecha sessão desta 5ª feira (21) com fortes ganhos em NY e queda na bolsa de Londres
Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
Com a presença de toda a cadeia produtiva, Semana Internacional do Café discute sobre os avanços e desafios da cafeicultura global