Café: NY recua nesta 6ª de máximas de 7 meses, mas fecha semana com avanço de 1,5%
As cotações futuras do café arábica encerraram esta sexta-feira (05) com queda de mais de 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). As baixas, no entanto, não foram suficientes para anular os ganhos da semana de 1,5% com a previsão de geadas no Brasil.
O vencimento setembro/19 encerrou o dia com queda de 280 pontos, a 111,10 cents/lb, o dezembro/19 anotou 114,80 cents/lb com 255 pontos de perdas. O março/20 caiu 255 pontos, cotado a 118,30 cents/lb e o maio/20 teve 120,30 cents/lb e 270 pontos negativos.
O arábica na ICE teve uma sessão de ajustes nesta sexta depois dos avanços recentes, mas prevaleceram ganhos de 1,5% no acumulado da semana, terceiro avanço semanal seguido. O site internacional Barchart destaca ainda que operadores assimilam chances menores de geadas.
"Não acho que seja uma grande (ameaça), como outros estão dizendo", afirmou um operador para a agência internacional de notícias Reuters, mas alertou que parte do cinturão pode sim estar sobre ameaça. O Brasil é atualmente o maior produtor e exportador de café do mundo.
Ainda de acordo com o site internacional, o mercado também oscilou atento com o câmbio. Às 17h06 (horário de Brasília), o dólar comercial esboçava alta de 0,55%, a R$ 3,820 na venda. O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações da commodity.
O mercado do arábica na ICE disparou nos últimos dias, testando máximas de sete meses, assimilando informações de previsão de geada no final de semana em áreas produtoras do Brasil, o que poderia causar danos para a safra 2020/21 do Brasil.
A Climatempo, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) emitiram nota em que alertam sobre as chances de geadas nos próximos dias em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
"É por causa deste frio muito intenso, e que poucas vezes ocorre durante um inverno, que o centro-sul do Brasil entra em alerta para muita geada nos próximos dias", destaca a Climatempo.
A colheita do café na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) atingiu 52,64% da área até 28 de junho, segundo a entidade. Os trabalhos estão mais adiantados que nos últimos anos. Em 2018, neste período, a colheita estava em 30,22%.
Além disso, de acordo com o site internacional Barchart, dados da oferta também movimentam o mercado. Dados da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia mostraram que a produção junho subiu 11% de um ano para o outro, para 1.211 milhões de sacas.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café registrou picos de alta nos preços nos últimos dias acompanhando os avanços externos. Portanto, mais negócios voltaram a ser vistos. Teve praça durante a semana que registrou alta de até R$ 50 a saca por conta dos ganhos em Nova York.
Em junho, no entanto, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que o indicador do arábica tipo 6 teve média de R$ 422,62/saca de 60 kg, queda de quase 15% frente à da safra anterior. A média mais baixa desde 2001/02.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 495,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) e Lajinha (MG), ambas com queda de 1,06% e saca a R$ 465,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) e Varginha (MG), ambas com saca a R$ 455,00 e estabilidade. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,17% e saca a R$ 450,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 452,00 e baixa de 1,31%. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 3,33% e saca a R$ 435,00.
Na quinta-feira (04), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 451,45 e queda de 0,32%.
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