Café: Frio e chuvas no Brasil em plena colheita favorecem altas expressivas nesta 4ª em NY
As cotações futuras do café arábica encerraram esta quarta-feira (29) com altas expressivas na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Os ganhos fizeram com que o vencimento julho/19 se aproximasse de 100 cents/lb. Preocupações com a colheita do Brasil e câmbio deram suporte
Os lotes com vencimento para julho/19 tiveram alta de 345 pontos, a 99,50 cents/lb e o setembro/19 subiu 345 pontos, a 101,75 cents/lb. O dezembro/19 fechou o dia com ganhos de 350 pontos, a 105,30 cents/lb e o março/20 registrou 108,70 cents/lb e 345 pontos positivos.
O mercado do arábica na ICE testou máximas importantes com os ganhos recente. No dia, os futuros do vencimento referência oscilaram entre 100,23 cents/lb e mínima de 95,98 cents/lb, segundo a Investing. Por trás dos ganhos, está a preocupação com a colheita no Brasil e câmbio.
O tempo no país tem sido o principal fator de suporte aos preços, primeiro com chuvas e agora com o frio. "Não é certeza que o frio pode causar danos de alguma forma ao café, mas esse é um lembrete importante nessa época do ano no Brasil", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Apesar do cenário atual do mercado, o analista internacional pondera que os fundamentos no mercado ainda seguem apostando em ampla oferta global, principalmente do Brasil. No entanto, as chuvas e o frio podem mudar esse cenário rapidamente, por isso a preocupação.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que as chuvas podem ocorrer de forma isolada em áreas do estado de Minas Gerais nos próximos dias. No entanto, o frio será intenso, com mínimas de até 6ºC nesta quarta-feira e 7ºC, no dia 31, virada do mês.
Segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado, a colheita do café no Brasil atingia 16% até o dia 21 de maio. O número representa um avanço de seis pontos percentuais de uma semana para a outra, mas está mais adiantado que em 2018, apesar das chuvas recentes.
O câmbio também contribuiu para os ganhos do arábica durante a sessão desta quarta-feira. Às 16h22, o dólar comercial recuava 1,11%, a R$ 3,979 na venda, acompanhando a cena política mais tranquila no Brasil depois de pacto entre os três Poderes.
O site internacional Barchart destaca o avanço do real em relação ao dólar nesta quarta alimentou uma cobertura de posições vendidas nos futuros de café arábica. "Um real mais forte desestimula as exportações dos produtores do Brasil", destacou.
Mercado interno
As altas externas na Bolsa de Nova York e o câmbio têm contribuído para avanços dos preços internos, o que fez com que mais negócios fossem registrados nos últimos dias, além da necessidade do produtor de fazer caixa para a colheita da safra 2019/20.
"Os maiores patamares de preços atraíram vendedores ao mercado, elevando a liquidez interna", destacou em nota nesta quarta-feira o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 450,00 e alta de 2,27%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,41% e saca a R$ 425,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 420,00 e alta de 2,44%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com saca a R$ 420,00 e alta de 2,44%.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 422,00 e alta de 2,43%. A maior variação dentre as praças ocorreu na Média Rio Grande do Sul com alta de 2,56% e saca a R$ 400,00.
Na terça-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 400,97 e alta de 2,35%.
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