Oferta volta a pesar e cotações do café arábica recuam nesta 6ª feira na Bolsa de Nova York
As cotações futuras do café arábica encerraram esta sexta-feira (03) com queda de cerca de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado oscilou dos dois lados da tabela durante o dia, mas a baixa foi consolidada com informações da oferta voltando a pesar.
O contrato julho/19 encerrou a sessão com queda de 95 pontos, a 90,60 cents/lb e o setembro/19 anotou 92,95 cents/lb com 100 pontos de desvalorização. Já o dezembro/19 recuo 110 pontos, a 96,55 cents/lb e o março/20 registrou 100,10 cents/lb com 120 pontos negativos.
Despois de alta na véspera, o mercado do arábica chegou a estender ganhos na Bolsa de Nova York, mas passou a cair no período da tarde com atenção para as informações da oferta. O mercado oscilou entre máxima de 92,60 cents/lb e mínima de 90,53 cents/lb.
"O Brasil teve uma grande produção na safra atual, mas a próxima deve ser menor, pois é de bienalidade negativa. Ainda assim, as idéias são que ela será granda já que o clima tem sido bom", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
A colheita do café da safra 2019/20 já começou em áreas do cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão. No entanto, produtores temem pelas chuvas nos próximos dias, que poderiam atralhar de alguma forma os trabalhos no campo e a secagem.
"O avanço de áreas de instabilidade, que se formam entre o Brasil e o Paraguai, eleva a expectativa de pancadas de chuva, de forma isolada e passageira, com trovoadas nos quatro Estados da Região Sudeste", destacou em boletim semanal o CNC (Conselho Nacional do Café).
Em entrevista ao Notícias Agrícolas no início da semana, Fernando Maximiliano, analista da INTL FCStone, havia informado que o mercado tem oscilado mais acompanhando fatores técnicos do que fundamentais, mas pontou as expectativas de ampla oferta.
"Após quedas seguidas, o que tem acontecido agora é resultado de variações do dólar, de cobertura de posições lá em Nova York e não tem nenhuma novidade em termos de fundamento. A expectativa continua de uma grande safra", disse o analista da INTL FCStone.
Na véspera, os contratos futuros do arábica recuaram em ajustes e acompanhando as exportações. Segundo dados da OIC (Organização Internacional do Café), os embarques mundiais do grão tiveram uma queda de 3,8% em março ante o mesmo mês do ano anterior, totalizando 10,98 milhões de sacas de 60 kg.
O site internacional Barchart também acrescentou que outro fator de suporte ao preço são os estoques. "... Os estoques de café monitorados pela ICE caíram para o menor nível em 6 meses com 2,439 milhões de sacas na terça-feira, bem abaixo da alta de mais de 4 anos em 25 de março".
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro de café registraram melhora nos últimos dias, mas seguem mais lentos do que em anos anteriores. O tipo 6 duro continua abaixo de R$ 390,00 a saca na maioria das praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços foram sustentados em momentos pela alta das cotações externas e ora pelo dólar. "Com a colheita ganhando força no País, alguns produtores consultados pelo Cepea retornaram ao mercado e negócios pontuais foram fechados", disse.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 416,00 e queda de 0,95%. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com desvalorização de 2,60% e saca a R$ 375,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 390,00 e queda de 1,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com baixa de 4,00% e saca cotada a R$ 360,00.
Na quinta-feira (02), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 382,13 e queda de 1,17%.
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